O seleccionador do Burkina Faso, o português Paulo Duarte, cuja equipa apenas precisa de um empate terça-feira frente ao Gana para passar aos quartos-de-final da Taça das Nações Africanas (CAN2010), esta confiante na qualificação.
O Burkina Faso, que disputou o primeiro jogo do grupo B em Cabinda (empate a zero frente a Costa do Marfim), subiu 60 lugares no ranking da FIFA nos últimos 18 meses, passando da 109.ª para a 49.ª posição sob o comando do seleccionador português.
''Calhámos no chamado grupo da morte, com os dois candidatos fortíssimos Gana e Costa do Marfim, que aliás se qualificaram para o Mundial da África do Sul, e passar neste grupo é difícil mas não impossível. Essa dificuldade poderá ser ultrapassada pela nossa equipa, que é muito forte colectivamente mas não tem vedetas, ao contrario de uma Costa do Marfim, que está repleta de estrelas'', salientou Paulo Duarte, recordando a importância do empate que impôs aos ''Elefantes''.
O Burkina Faso chegou a Luanda no sábado e efectuou já dois treinos na capital angolana.
''Tenho jogado muito com o factor psíquico, elevando os níveis de confiança da equipa, e a verdade é que o plano de jogo e a componente psicológica funcionaram bem no primeiro jogo, conseguindo fechar bem os caminhos do golo à Costa do Marfim e jogando de igual para igual'', referiu o seleccionador.
Paulo Duarte salientou o facto de um empate bastar ao Burkina Fasso para se qualificar para os ''quartos'' enquanto ao Gana apenas a vitoria servir.
Depois de uma derrota por 3-0 às mãos da Costa do Marfim e com quatro das suas estrelas lesionadas (entre os quais Michael Essien), o Gana admite que a sua tarefa terça-feira em Luanda não será fácil.
Em conferência de Imprensa hoje em Joanesburgo, a equipa técnica do Gana admitiu que a onda de lesões não veio ajudar a equipa no embate com o Burkina Fasso.
Para Paulo Duarte, ''a pressão estará terça-feira inteirinha do lado do Gana''.
''São eles que são favoritos e são eles que precisam de ganhar e nesse aspecto estamos mais protegidos'', concluiu o técnico.
Paulo Duarte recordou com horror os trágicos acontecimento que marcaram, na região de Cabinda, o início deste CAN2010, quando o autocarro que transportava a equipa do Togo entre o Congo e Cabinda foi metralhado por independentistas cabindas.
''São coisas que não deveriam acontecer, coisas que não cabem no futebol, crimes horríveis que afectaram toda a gente'', disse Paulo Duarte.
Questionado sobre as condições que encontrou em Cabinda, o seleccionador do Burkina Fasso não hesitou em elogiar a organização em todas as áreas relativas ao torneio.
''As condições de treino foram excelentes, os alojamentos bons, os campos, transportes e apoio a equipa foram também excelentes, e apesar do atentado, que foi um acontecimento extra-futebol, só tenho que felicitar Angola pela organização'', concluiu Paulo Duarte.