Rio-2016: O melhor de Sousa não chegou para evitar a vitória de Del Potro

Depois de uma boa entrada e de um segundo 'set' a roçar a perfeição, o número um português caiu às mãos do medalhado de bronze de Londres2012, com os parciais de 6-3, 1-6 e 6-3.

Quando João Sousa pisou o 'court' central do Centro Olímpico de Ténis estaria longe de imaginar que nas bancadas o ambiente seria semelhante ao de um jogo de futebol entre Brasil e Argentina -- houve até direito a uma cena de pugilato, que provocou uma suspensão temporária do encontro quando o marcador seguia igualado a um, até que o elemento hostil fosse 'convidado' a sair pela segurança.

Mas, para sua sorte, era ele o homem da casa. Galvanizado e sob o olhar atento de outros elementos da comitiva nacional (os ginastas Ana Rente e Diogo Abreu e os atletas Marta Pen e Tsanko Arnaudov), o número um nacional começou bem, exibindo um elevado nível de ténis, atestado pelos 'ases' que 'disparou', mas também pelo 'break' que converteu para liderar por 2-1.

No entanto, o 36.º do mundo sofreu de imediato o 'contra-break', com o 141.º mundial a elevar o nível para levar o empate no encontro até ao momento crucial.

Obrigado a servir para igualar a quatro, João Sousa vacilou e, depois de conceder um 'break point' com uma dupla falta, viu o seu serviço ser quebrado por 'Delpo', que fechou o 'set' com 6-3.

Demonstrando frieza e concentração, o número um nacional não se deixou abalar e, mostrando a qualidade que o levou a ser o melhor português de sempre no 'ranking' ATP (28.º), entrou demolidor no segundo parcial, convertendo um 'break' para se adiantar para 3-1 e levar as bancadas, que entoaram "João" em coro, ao delírio.

No início do terceiro 'set', a balança pareceu pender mais para o lado do medalhado de bronze de Londres2012, que, com bons primeiros serviços, obrigou Sousa a respostas curtas e a subir no campo, encontrando espaços para contrariar o adversário com 'winners'.

Foi aí que a confiança do luso estremeceu. O experiente argentino, mais rodado nos grandes e emocionantes momentos do ténis, percebeu estar diante de uma janela de oportunidade e 'encurralou' Sousa, quebrando no sexto jogo.

Desconcentrado, o vimaranense cometeu erros em momentos cruciais e acabou por sofrer o 'break', para ficar a perder por 4-2, e não mais recuperou a desvantagem, despedindo-se do torneio de singulares em uma hora e 58 minutos.