"Um dos capitães tinha de dar a cara. Era o momento de mostrar caráter e personalidade"

"Infelizmente teve de ir o Neves, que é jovem e que passou por um momento infeliz", lamentou antigo defesa central do Benfica.

A vitória entusiasmou os adeptos portistas, mas do lado da Luz, as críticas não tardaram a surgir e, além da exibição desastrosa em campo, o Benfica tem sido alvo de escrutínio adicional, especialmente em relação à escolha do jogador para as entrevistas rápidas pós-jogo.

A decisão dos responsáveis encarnados de colocar João Neves diante dos jornalistas após a derrota humilhante no Estádio do Dragão gerou uma onda de debates e questionamentos.

O jovem médio, que recentemente enfrentou a perda da mãe, assumiu a difícil tarefa de ser o porta-voz da equipa lisboeta numa situação delicada.

Após o jogo, o internacional português admitiu que "foi uma derrota difícil de digerir" e apontou para o futuro, destacando a necessidade de analisar e corrigir os erros cometidos na deslocação ao Dragão para o próximo confronto das águias, diante do Rangers para a Liga Europa.

"Foi uma derrota e sempre que o Benfica perde é difícil de digerir. Agora é ver, analisar e pensar no Rangers", começou por dizer Neves, em declarações à SportTV.

"Não apontamos jogadores, somos uma equipa, quando falha um, falham todos. Agora é corrigir os erros cometidos. Mantemos sempre o foco. Para a próxima vamos dar uma resposta melhor. O campeonato não fica por aqui", acrescentou ainda o jovem médio encarnado.

No entanto, a escolha de João Neves para a entrevista pós-jogo levantou questões sobre a responsabilidade dos jogadores mais experientes e a coesão que se faz sentir atualmente no balneário do Benfica.

"Claramente, não deveria ter sido ele a ter estado na flash-interview. Mas isso é uma opinião minha"

Ricardo Rocha, antigo central das águias, expressou recentemente a sua perplexidade quanto a esta decisão, questionando por que nenhum dos capitães de equipa "deu a cara" perante a derrota pesada sofrida aos pés de um eterno rival.

"Acho que era o momento de mostrar caráter e personalidade, de alguém dar a cara pelo resultado negativo que a equipa teve, e por não ter estado ao nível que é habitual no Benfica", começou por dizer o ex-jogador, na SportTV.

Ricardo Rocha salientou ainda que, perante uma derrota tão significativa, era esperado que um dos capitães assumisse a responsabilidade nas entrevistas rápidas pós-jogo.

"Não sei quem é que escolheu o João Neves para falar na flash-interview. Mas eu creio que perante uma derrota tão pesada do Benfica que um dos capitães tivesse assumido e dado a cara na flash-interview", acrescentou, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.

João Mário, que usava a braçadeira de capitão devido à expulsão de Nico Otamendi, não se pronunciou na zona de entrevistas rápidas, deixando João Neves a enfrentar os jornalistas.

"Infelizmente teve de ir o João Neves, que é um jovem, que passou por um momento infeliz e privado nas últimas semanas", observou o antigo defesa encarnado.

"Claramente, não deveria ter sido ele a ter estado na flash-interview. Mas isso é uma opinião minha", rematou Ricardo Rocha.

A escolha de João Neves para a entrevista pós-jogo no Dragão, depois de uma derrota que deixou os adeptos benfiquistas à beira de um ataque de nervos, continua a gerar opiniões divergentes entre os adeptos e especialistas.

Num momento em que o Benfica enfrenta não apenas desafios desportivos, mas também questionamentos sobre a sua estrutura interna, a resposta à derrota no clássico exigirá não apenas mudanças táticas, mas também uma profunda reflexão sobre a liderança e responsabilidade no seio da equipa.