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Clube da Covilhã coleciona caderneta de valores

Há quem colecione cromos, mas na Associação Desportiva da Estação, clube da Covilhã, os pais e atletas juntam ao longo da época, na Caderneta da Ética, selos que equivalem a comportamentos de desportivismo e tentam evitar um carimbo vermelho.

Clube da Covilhã coleciona caderneta de valores

A intenção é “regular comportamentos inadequados” tanto na estrutura da coletividade como nas bancadas por parte de familiares que vão assistir aos jogos e treinos, ao mesmo tempo que se incentiva a “colecionar boas práticas” e alertar para posturas menos próprias que podem merecer condenação, com o intuito de “agir preventivamente”, explica, em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Associação Desportiva da Estação (ADE), Albertino Figueiredo.

A Santiago Gomes, guarda-redes de 11 anos, faz-lhe impressão que existam pais, em vários campos, “que criticam os filhos”, se queiram substituir ao treinador, insultem o árbitro ou criem tensões com adeptos de outras equipas.

Tal como Simão Passarinha, defesa de 12 anos, afirma ter “vergonha” quando observa alguém fora de campo a ter comportamentos menos dignos e sublinha sentir-se aliviado por os seus familiares não o fazerem “sentir esse incómodo”.

Pelo segundo ano, os pais e elementos do clube foram chamados para lhes ser transmitido o que é ou não aceitável, procura-se sensibilizar quando se nota alguém mais alterado e, se o comportamento for recorrente, a pessoa é chamada para uma reunião, embora ainda nenhum autocolante vermelho tenha sido atribuído, porque a ideia é retardar a penalização e levar as pessoas a refletir sobre as suas ações.

“Existe uma cultura enraizada e não podemos dizer que nunca acontece, mas podemos passar a mensagem, monitorizar, evitar que os jovens sejam influenciados negativamente e contribuir para a mudança”, acentua Albertino Figueiredo, para quem o intuito foi “envolver os pais”.

Enquanto observa o treino do filho, Ana Almeida, de 39 anos, elogia a iniciativa, por “reforçar os bons comportamentos” e contribuir para que pais “mais eufóricos” pensem duas vezes antes de se excederem.

Para Filipa Anastácio, 38 anos, mãe de um benjamim e de um traquina, esta é uma forma de perceber que “as pessoas estão atentas” a situações menos próprias.

“Nestas idades, o que devemos fazer é apenas incentivar, e não os pressionar. Este projeto obriga os pais a serem mais vigilantes consigo próprios e pode ser dissuasor”, considera Paulo Fonseca, de 40 anos, pai do petiz Afonso.

Embora acentue a camaradagem que observa entre jogadores, Rui Lino, 43 anos, com o filho a jogar nos infantis, frisa a importância do exemplo dado pelos jogadores profissionais, porque as crianças não observam “só o que os ídolos fazem de bem, também despertam o que é incorreto”.

“Eles gostam de ver os pais a acompanhar, mas não a interferir”, reforça Paulo Silva, de 49 anos. “Os miúdos absorvem muito do que veem”, acrescenta.

Para já, o projeto está implementado dos traquinas aos infantis, por o clube considerar importante incutir essa forma de estar nos mais novos e ter a esperança de que a Caderneta da Ética ajude a mudar mentalidades no presente e no futuro.

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