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Crónica: Futebol ‘insosso' foi suficiente para Portugal garantir liderança

Portugal recuperou hoje a liderança do Grupo A e ficou a um empate de garantir a qualificação para o Mundial2022, apesar do insípido futebol apresentado na visita à República da Irlanda e que redundou num ‘nulo’ (0-0).

Crónica: Futebol ‘insosso' foi suficiente para Portugal garantir liderança

A seleção nacional tem agora 17 pontos, os mesmos da Sérvia, embora tenha melhor diferença de golos face ao próximo e derradeiro oponente na fase de apuramento, pelo que, além de ter subido ao primeiro lugar, a formação lusa assegurou que no domingo, no Estádio da Luz, bastar-lhe-á pontuar diante dos sérvios, para garantir um ‘bilhete’ para o Qatar.

Se o objetivo no futebol é marcar mais golos do que o oponente e, por conseguinte, vencer, Portugal nunca pareceu muito interessado em consegui-lo, ficando sempre a sensação de que havia mais vontade de não arriscar muito e garantir o ponto que lhe desse o primeiro lugar, do que propriamente partir em busca da vitória contra uma equipa francamente inferior em termos qualitativos.

A boa notícia para Fernando Santos é que dos seis elementos que estavam em risco para o encontro com a Sérvia, nenhum viu o cartão amarelo em Dublin (embora só três tenham jogado) e poderão ser utilizados no duelo em Lisboa.

Por outro lado, a má nova - além do futebol jogado - é que Pepe acabou por ser expulso com um duplo amarelo, aos 72 e 82 minutos, e será baixa certa na receção aos sérvios.

Além de não contar com Nuno Mendes, castigado, Fernando Santos também não quis correr riscos com vista à ‘decisão’ com a Sérvia e poupou João Cancelo, Rúben Dias e Diogo Jota, três habituais titulares que estavam em risco de suspensão caso vissem um cartão amarelo em Dublin, tendo lançado Nélson Semedo, Danilo, Diogo Dalot e Gonçalo Guedes no ‘onze’.

Como em tantos outros jogos de um passado recente, Portugal ‘viu-se e desejou-se’ para conseguir apresentar um futebol positivo, dominante, incisivo e autoritário, de acordo com as capacidades técnicas, táticas e físicas de uma das melhores gerações – se não mesmo a melhor, tendo em conta as inúmeras e distintas opções – do futebol luso.

Perante uma Irlanda já afastada da ‘corrida’ e muito longe da qualidade de outrora, quando despontaram jogadores como John Aldridge e Steve Staunton ou Roy Keane, Robbie Keane e Damien Duff, a seleção nacional produziu pouco, assentando o seu jogo numa posse de bola estéril, de circulação pelas laterais – onde o perigo é sempre menor para os adversários – e sem conseguir ‘ferir’ os anfitriões.

A exceção na primeira parte nasceu da astúcia de Bruno Fernandes, que apanhou os irlandeses desprevenidos, lançou André Silva e este rematou para defesa de Bazunu, ainda assim dando a ideia de que a bola teria ido às malhas laterais.

Já depois de Callum Robinson ter testado a atenção de Rui Patrício, a Irlanda foi crescendo na partida, muito à base da agressividade e insistência dos seus jogadores, que não dão nenhuma bola por perdida e partiam para o ataque à ‘boleia’ do incessante apoio que vinha das bancadas.

Uma escorregadela de Matheus Nunes, já no segundo tempo, e dentro da área, serviu de incentivo para Josh Cullen tentar o golo irlandês, algo que Cristiano Ronaldo também procurou para lá da hora de jogo, primeiro com um cabeceamento e, depois, com um remate de fora da área, ambos sem o sucesso desejado.

Mesmo privados de habilidade técnica, os jogadores da Irlanda desenvencilhavam-se da pressão desarticulada da equipa das ‘quinas’ com relativa facilidade e conseguiam, em meia dúzia de passes, chegar às imediações da área de Rui Patrício, ainda que, verdade seja dita, sem criar verdadeiras situações para marcar.

A expulsão de Pepe – com um segundo amarelo muito forçado – deixou Portugal ainda mais exposto e incentivou a Irlanda a partir em busca do golo nos instantes finais, obrigando a equipa das ‘quinas’ a ‘cerrar fileiras’ e a defender um ‘nulo’ diante de uma equipa que conta apenas uma vitória nas últimas 17 partidas oficiais.

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