Peace Cup: FC Porto perde (2-1) com Aston Villa e falha presença na final

A paupérrima primeira parte do FC Porto acabou por ditar o seu afastamento da final perante um adversário que se limitou a ser mais eficaz e a aproveitar os erros de uma equipa portista cujos reforços estão longe de alcançarem o entrosamento desejável.

Jesualdo Ferreira montou a equipa em 4x3x3, com a colocação de Guarín no lugar de Lucho Gonzalez, a completar o trio com os habituais Fernando na posição 6 e Raul Meireles na 8, mas surpreendeu ao deixar de fora a principal figura da equipa no torneio, o brasileiro Hulk, para apostar no ataque em dois jogadores contratados esta época, Varela e Falcão.

O jogo demonstrou que o FC Porto vai levar tempo para colmatar, ou pelo menos minimizar, as saídas de Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez, duas pedras nucleares da época passada.

Guarín não pode substituir sem prejuízo Lucho, que era um jogador cerebral capaz de pensar o jogo e conferir-lhe verticalidade em termos ofensivos, assim como Falcão não tem as características de Lisandro nem ainda automatismos e entrosamento com os companheiros.

O avançado colombiano andou à deriva nas imediações da área, sem acertar com as movimentações de Varela e Mariano Gonzalez nas faixas, enquanto o meio-campo falhava clamorosamente nas transições ofensivas perante tantos passes transviados e perdas de bola, com Raul Meireles a tentar assumir um papel de liderança, sem o conseguir.

O Aston Villa marcou cedo, logo aos 14 minutos, por Heskey em aparente posição irregular, mas o lance nasceu no lado direito do ataque inglês, com Álvaro Pereira (sem melhor a atacar do que a defender) a ser batido, como o seria várias vezes ao longo do jogo.

O FC Porto viria a sofrer o segundo golo aos 37 minutos, também na sequência de um erro defensivo grosseiro (Fucile desviou a bola de cabeça ao primeiro poste para o interior da área no primeiro canto dos ingleses), mas o grande défice portista residiu na falta de profundidade atacante fruto da escassa fluidez do seu jogo, emperrado por muitas perdas de bola.

Na segunda parte, Jesualdo Ferreira lançou de uma assentada Tomás Costa Belluschi na tentativa de que a equipa fosse capaz de segurar mais a bola em circulação e ter o penúltimo e último passe que faltaram sempre, além de Hulk para fazer mossa com a sua capacidade explosiva.

O FC Porto melhorou de rendimento, Tomás Costa entrou bem no jogo, Hulk passou a fazer oscilar a defesa inglesa, mas Belluschi, com excepção de um passe a isolar o brasileiro aos 72 minutos para grande defesa de Guzan, não ''pegou'' no jogo.

Com a expulsão de Heskey aos 68 minutos, o FC Porto acentuou a pressão sobre a defesa do Aston Villa, que baixou mais as linhas e procurou gerir a vantagem, mas nunca mostrou capacidade para dar a volta ao resultado, apesar do golo de Hulk de grande penalidade aos 90 minutos.

Ficha do Jogo:

Jogo disputado no estádio La Rosaleda, em Málaga.

Aston Villa - FC Porto, 2-1.

Ao intervalo: 2-0

Marcadores:

1-0, Heskey, 14 minutos.
2-0, Sidwel, 37.
2-1, Hulk, 90 (grande penalidade).

Equipas:

- Aston Villa: Guzan, Cuellar, Curtis Davies (Clark, 23), Lichaj, Shorey (Bannan, 85), Sidwel, Coker, Ashley Young (Weimann, 75), Albrigthon (Herd, 75), Carew (Lowry, 64) e Heskey.

(Suplentes: Brad Friedel, Parish, Weimann, Bannan, Clark, Herd e Lowry).

- FC Porto: Nuno, Fucile, Maicon, Bruno Alves, Álvaro Pereira, Fernando, Guarin (Tomás Costa, 46), Raul Meireles (Bellushi, 46), Mariano Gonzalez (Rodriguez, 66), Varela (Hulk, 46) e Falcão (Rodriguez, 66).

(Suplentes: Helton, Beto, Nuno André, Rolando, Tomás Costa, Benítez, Valeri, Prediger, Miguel Lopes, Beluluschi, Rodriguez, Hulk e Farias).

Árbitro: Michael Koukoulakis (Grécia).

Acção Disciplinar: cartão amarelo para Lichaj (49), Albrighton (59), Hulk (59), Coker (65), Herd (75) e Guzan (90). Cartão vermelho para Heskey (68).

Assistência: cerca de 1.000 espectadores.