O ministro dos Desportos da Rússia, Vitali Mutkó, exigiu hoje aos desportistas do país que cessem o consumo de meldonium, substância proibida desde 01 de janeiro pela Agência Mundial Antidoping (AMA).
“Há que deixar de tomar e deixar de se esconder sob o pretexto de que a sua eliminação pelo organismo não está investigada”, disse Mutkó, numa reunião no seu ministério, dias depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter criticado as autoridades desportivas por terem reagido tarde à proibição do meldonium.
O ministro comentou, no entanto, que não é conhecido “quanto tempo é necessário para a eliminação” do fármaco no organismo. Vitali Mutkó recordou que a inclusão do meldonium na lista de substâncias proibidas pela AMA “é conhecida desde setembro do ano passado”.
“Temos de fazer o que for necessário para que isto [doping] seja erradicado do desporto russo”, sublinhou.
Vários desportistas russos reconheceram já terem sido controlados positivamente por meldonium, com destaque para a antiga número um mundial de ténis Maria Sharapova.
Vitali Moutko assegurou que o escândalo de meldonium não terá influência na preparação dos atletas do país para os Jogos Olímpicos Rio2016, em agosto.
A Rússia foi suspensa em novembro do ano passado, a título provisório, de todas as competições internacionais de atletismo, por suspeitas de “doping organizado” em grande escala no país.
O meldonium (ou mildronate) é um fármaco, proibido na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, recomendado para combater a insuficiência cardiovascular e permite que o coração suporte grandes cargas de trabalho físico ou intelectual.
No entanto, a AMA decidiu proibi-lo a 01 de janeiro deste ano, após receber dados alarmantes que confirmavam o seu uso recorrente por parte de desportistas profissionais nos países resultantes do desmembramento da União Soviética.