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Mundial-1994: Brasil conquistou "tetra" na "lotaria"

A primeira final de um Mundial de futebol decidida nas grandes penalidades e sem golos sorriu em 1994 ao Brasil, que se tornou o primeiro tetracampeão, ao bater novamente a Itália (3-2), nos Estados Unidos.

Mundial-1994: Brasil conquistou "tetra" na "lotaria"

Vinte e quatro anos depois de conquistarem categoricamente a Taça Jules Rimet com uma vitória por 4-1 sobre os transalpinos, no México, os “canarinhos” chegaram ao quarto título sem brilho e após uma final muito tática e quase sem oportunidades.

Na “lotaria”, Márcio Santos falhou para o Brasil, que já havia sido campeão em 1958, 1962 e 1970, com Pelé, mas Franco Baresi, Daniele Massaro e Roberto Baggio também não acertaram, inviabilizando o “tetra” da Itália, campeã em 1934, 38 e 82.

Depois de a República Federal Alemã (RFA) ter passado pelo mesmo sistema de desempate (nas meias-finais) para chegar ao cetro em 1990, a "canarinha" foi desta vez a “felizarda”.

O "onze" de Carlos Alberto Parreira, com Romário inspirado (cinco golos), Bebeto em bom plano (três) e uma defesa melhor do que era habitual, não encantou, mas justificou o cetro, até porque terminou invicto (cinco triunfos e dois empates).

A equipa sul-americana venceu o seu grupo na primeira fase (2-0 à Rússia, 3-0 aos Camarões e 1-1 com a Suécia) e, depois, superou a equipa anfitriã por 1-0 (marcou Bebeto), a Holanda por 3-2 (um livre de Branco decidiu) e a Suécia por 1-0 (golo de Romário).

Embora com vitórias tangenciais, os "canarinhos" acabaram por chegar à final de forma consistente, ao contrário da Itália, que "viveu" às custas de Roberto Baggio, autor de vários "milagres".

O número 10 italiano surgiu em "grande" a eliminar, ao marcar dois golos à Nigéria (2-1, após prolongamento, nos oitavos), o tento da vitória, aos 87 minutos, com a Espanha (2-1, nos "quartos") e mais dois à Bulgária (2-1, nas "meias").

Brasil e Itália foram os mais regulares, mas sem deslumbrar, ao contrário da Bulgária, na vitória sobre a Alemanha (2-1, com tentos de Stoitchkov e Letchkov), e da Roménia, quando bateu a Argentina por 3-2 (“bis” de Dumitrescu e “golão” de Hagi).

As duas formações de leste não foram, porém, consistentes, tal como a Nigéria, que, depois de ter brilhado na primeira fase (3-0 à Bulgária, 1-2 com a Argentina e 2-0 à Grécia), não soube “acabar” com a Itália e "caiu" aos pés de Baggio.

Muito positiva, foi a prestação global da Suécia, de Tomas Brolin, Kennet Andersson e Martin Dahlin, que, mesmo passando algo despercebida, chegou ao jogo do “bronze” e despediu-se em beleza, com uma goleada à Bulgária (4-0).

Em matéria de surpresas, a maior foi protagonizada pela Arábia Saudita: 1-2 com a Holanda, 2-1 a Marrocos e 1-0 à Bélgica valeram o segundo lugar do Grupo F e a inesperada ultrapassagem da primeira fase. A “festa” acabou nos “oitavos” (1-3 com a Suécia).

No que respeita a deceções, a maior foi, sem dúvida, a Argentina, que, depois de um início avassalador (4-0 à Grécia e 2-1 à Nigéria), foi incapaz de recuperar da suspensão imposta ao regressado Maradona, que acusou efedrina no controlo anti-doping realizado após o jogo com os africanos.

Por seu lado, a detentora Alemanha acabou derrotada pela "arte" dos búlgaros, nos “quartos”, enquanto os Camarões estiveram um “desastre” e foram humilhados pela Rússia (1-6), num embate em que Oleg Salenko apontou cinco golos e Roger Milla, com 42 anos, marcou um - dois feitos únicos.

Pela primeira fase, com surpresa, ficou também a Colômbia (1-3 com a Roménia, 1-2 com os Estados Unidos e 2-0 à Suíça), que, no regresso a casa, viveu um drama imensamente maior: Andrés Escobar, autor de um golo na própria baliza frente aos norte-americanos, foi assassinado.

Apesar dos espetáculos não terem sido bons, na generalidade, registou-se um recorde de assistência (mais de 3,5 milhões de espetadores), numa prova com três estreantes: Nigéria, Arábia Saudita e Grécia, que perdeu os três jogos e não marcou (0-10).

No que respeita a golos, foram apontados 141, com uma média (2,71), superior às de 1990, 1986, 1974 e 1978, tendo o búlgaro Hristo Stoitchkov e o russo Oleg Salenko acabado como os melhores marcadores, ambos com seis.

A prova decorreu de 17 de junho a 17 de julho, em Los Angeles, Nova Iorque/Nova Jérsia, Boston, Dallas, São Francisco, Chicago, Orlando, Washington e Detroit, nos moldes dos últimos anos - seis grupos de quatro, seguindo os dois primeiros e os quatro melhores terceiros para os jogos a eliminar.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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