O presidente da FIFA, Joseph Blatter, pediu hoje a Israel para aliviar as restrições à circulação de jogadores e dirigentes desportivos palestinianos, que há muito defendem o desenvolvimento do futebol na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Blatter declarou que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, alertou que o desporto não deve tornar-se num instrumento político no Médio Oriente e concordou com a formação de um grupo de trabalho para analisar a questão.
O líder do organismo máximo do futebol mundial deu a conhecer o mandato que lhe foi conferido em maio passado pelo congresso da FIFA, designadamente para ''facilitar os movimentos das equipas, árbitros, mas também de equipamentos de futebol, dentro e fora da Palestina''.
''Pedi a ajuda do primeiro-ministro, e ele disse-me que sim, mas com verdade e ‘fair-play’. Também me pediu para que o ajudasse no sentido de garantir que o futebol não é usado como arma política'', sublinhou.
Blatter afirmou que o grupo de trabalho, que incluirá representantes da FIFA e dos órgãos de governo europeus e asiáticos, mas também israelitas e palestinianos, vai reunir-se antes da próxima reunião do comité executivo da FIFA, em outubro.
O comunicado do gabinete de Netanyahu não faz, no entanto, qualquer referência à criação de um grupo de trabalho.
O dirigente desportivo disse que o chefe do governo de Jerusalém lhe mostrou fotos que revelam ''provas concretas'' da utilização de instalações de futebol por elementos das milícias palestinianos para disparar ''rockets'' contra Israel.
A FIFA prometeu ajudar a reconstruir em novembro o Estádio Palestina, na cidade de Gaza, o qual foi parcialmente destruído após ataques aéreos israelitas durante um período de violência que durou oito dias.
Na ocasião, o exército israelita alegou que o estádio tinha sido usado para o lançamento de ''rockets'' contra duas grandes cidades do país.