O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu hoje ao presidente da FIFA que anule a moção que planeia suspender as equipas oriundas de colonatos na Cisjordânia, avançou o jornal israelita Haaretz.
Segundo o periódico, Netanyahu telefonou a Gianni Infantino e pediu-lhe que afaste de votação o pedido de sanções e suspensão a cinco equipas israelitas oriundas de colonatos no território palestiniano da Cisjordânia (Maalé Admim, Ariel, Oranit, Bikat Hayarden e Givat Zveev).
«Se a decisão contra os clubes dos colonatos passa, fará com que o desporto seja uma fonte de divisão, em vez de uma fonte de resolução de conflitos. Poderia arruinar a FIFA», disse o primeiro ministro israelita, segundo o Haaretz.
Contactado pela agência noticiosa espanhola EFE, o porta-voz do gabinete de Netanyahu não desmentiu a informação, tendo recusado acrescentar detalhes sobre o conteúdo da conversa.
As competições israelitas contradizem atualmente o artigo 72 dos estatutos da FIFA, que estabelecem que as associações membro e respetivos clubes 'não podem jogar no território de outra associação membro sem a sua aprovação'.
A ONG internacional Avaaz entregou à FIFA um documento com 150 mil assinaturas solicitando ao organismo de cúpula do futebol mundial que 'faça cumprir as suas regras' e a legislação internacional vigente sobre territórios ocupados.
«Israel está a exercer uma pressão diplomática sobre os membros da FIFA. É uma ingerência política», explicou à EFE o porta-voz da Avaaz, Fadi Quran.
Na terça-feira, o Conselho da FIFA vai reunir-se para debater a moção elaborada por Tokyo Sexwale, chefe do Comité de Observação do organismo para as queixas palestinianas contra Israel.
O documento oferece três soluções: manter a situação atual, o que levaria a 'ações legais contra a FIFA', suspender as cinco equipas, e continuar as negociações.