O antigo presidente do Boavista João Loureiro afirmou hoje que a decisão do Ministério Público de não recorrer da absolvição no caso do jogo de futebol Boavista-Estrela confirma que ''não houve ilícitos'' naquele processo no âmbito do Apito Dourado.
''Verifico com agrado o facto de o Ministério Público ter reconhecido implicitamente que não houve qualquer comportamento ilícito da minha parte e dos restantes arguidos'', declarou à agência Lusa João Loureiro, presidente do Boavista de 1997 a 2007, absolvido juntamente com o pai, Valentim Loureiro, Jacinto Paixão, árbitro, José Alves, observador, e Pinto Correia, responsável na área da arbitragem.
João Loureiro sublinha que ''em tudo o que diz respeito ao chamado processo Apito Dourado nada foi imputado'' a ele, assim como ao clube a que presidia à altura dos factos, suportados em escutas telefónicas que, alegadamente, indiciavam esquemas com nomeação de árbitros com o objetivo de favorecer o Boavista.
Essas chamadas telefónicas foram reunidas pela investigação coordenada pela procuradora geral adjunta, Maria José Morgado, e envolviam Valentim Loureiro, na altura presidente da Liga de Clubes, e João Loureiro com Jacinto Paixão e Júlio Mouco, elemento da Comissão de Arbitragem da Liga, que acabou por não ser pronunciado.
O jogo Boavista-Estrela da Amadora, da Liga portuguesa de futebol, realizou-se a 03 de abril de 2004 e terminou com o triunfo da equipa amadorense, por 1-0.
A acusação do processo foi deduzida a 12 de março de 2007, depois de extraída a certidão da ação principal do Apito Dourado, cujo julgamento decorreu em Gondomar, com 24 arguidos, entre os quais Valentim Loureiro.
O processo Apito Dourado teve na sua origem suspeitas de corrupção no futebol profissional e na arbitragem.