Irão: Esteghlal de Sá Pinto ganha em dia de regresso das mulheres ao futebol

Inicialmente, o Ministério do Desporto do Irão anunciou cerca de 28.000 bilhetes disponibilizados para as mulheres, cerca de um terço da lotação, contudo esse número não terá ultrapassado os 500, com bandeiras e adornadas com as cores da sua equipa, uma mudança de paradigma.

Desde 1979, aquando da Revolução Islâmica, que as mulheres não estavam autorizadas a ir aos estádios de futebol, pelo que 40 anos depois a normalidade começa a ser restabelecida, num teste das autoridades que pensam em generalizar este gesto pelo país.

A mudança começou já em 2019 quando, por pressão da FIFA, o Irão autorizou público feminino nos seus jogos internacionais, nomeadamente na fase de apuramento para o Mundial2019 do Qatar, quando cerca de 4.000 mulheres puderam assistir ao encontro com o Cambodja, ainda assim entre o corpo de polícia e pessoal médico.

Hoje, as mulheres entraram por uma porta separada dos homens onde encontraram supervisoras, vestidas da cabeça aos pés, e que pediram a quem entrava que colocasse lenço na cabeça, o véu do islão.

“Estamos felizes pela vossa presença no estádio Azadi”, twittou o Esteghlal, ainda obrigado a regras estatais de combate à covid-19, pelo que o estádio com capacidade para mais de 80.000 espetadores não podia ter mais de 30% dessa capacidade.

No início do mês, a FIFA e a Confederação Asiática de Futebol instaram as autoridades a acolher novamente mulheres nos estádios, sendo que as entidades iranianas se contradisseram sobre a obrigatoriedade de o fazer e não revelaram as possíveis sanções em caso de incumprimento.

O governo já disse que tem todos os estádios prontos para acolher as adeptas femininas em condições de segurança, incluindo com ambulâncias diferenciadas.

No relvado, Ricardo Sá Pinto viu a sua equipa vencer, por 1-0, com o golo solitário do avançado francês Kevin Yamga, aos 75 minutos.

Com este êxito, o Esteghlal juntou-se, provisoriamente, ao trio de líderes, com os mesmos seis pontos do Sepahan, que tem apenas dois desafios disputados, e do Paykan, com os mesmos três.