Primeira Liga: Vitória de Guimarães – Rio Ave (Declarações)

Pedro Martins (treinador do Vitória de Guimarães): "A entrada na segunda parte é muito forte, digna de registo, com muita qualidade, a criar oportunidades, a fazer golos. Depois a expulsão facilitou, porque a seguir fizemos logo o segundo golo. Acabámos por vencer com mérito.

Nos primeiros 30 minutos não [estivemos bem], por mérito do Rio Ave, que assumiu o jogo, criou-nos dificuldades. Houve alguma inadaptação, visto que não há aqui rotinas, e tivemos vários jogadores indisponíveis. Teve a ver com as rotinas. Mas acabámos a primeira parte já com equilíbrios, a criar situações para fazer golo.

O resultado foi o mais importante e, depois, a exibição. Tirando os primeiros minutos, que não foram bons, a equipa tem vindo a crescer de jogo para jogo, mesmo com esta restruturação mínima [após o mercado de inverno].

A equipa está a passar uma fase boa, e é evidente que não gostaríamos que houvesse este tipo de paragens. Mas é o calendário e estava tudo projetado de acordo com estas paragens.

Havia aqui um problema de adaptação [de Rafael Martins] ao grupo de trabalho. O Rafael vinha sem ritmo competitivo, sem jogo, sem confiança. Depois, as coisas vão acontecendo com naturalidade, porque a qualidade está lá. Já a demonstrou no Vitória de Setúbal e no Moreirense. Sabíamos que era uma questão de tempo. Por isso, foi contratado com todo o critério e rigor".

Luís Castro (treinador do Rio Ave): "Há um jogo até ao minuto 60 e há outro a partir do minuto 60. Há uma entrada muito forte da nossa parte em jogo durante 20, 25 minutos, em que estamos por cima do jogo e temos total controlo do mesmo, em que fomos criando algumas situações possíveis de golos, e a equipa chega ao intervalo confiante de que pode continuar a fazer aquilo que fez na primeira.

O minuto 60 traz a desilusão por ter sofrido e por ter ficado limitada a nossa reação. São dois fatores que pesaram muito no jogo. Isso tirou-nos a capacidade de controlar o adversário defensivamente e de sermos agressores sobre o último terço do Vitória. Fomos penalizados com uma derrota pesada, que não espelha tudo o que fizemos até ao minuto 60. O Vitória soube aproveitara partir desse primeiro golo.

(Sobre a luta pelo acesso à Liga Europa) Na dia 14 de novembro, na minha apresentação, dissemos que o objetivo do Rio Ave é tentar ficar nos oito primeiros lugares. Dentro dos oito primeiros, há um sexto, que o Rio Ave, devido à pontuação que tem, pode lá chegar. Se virmos que isso é viável, assumiremos essa posição. Até lá, enquanto eu achar que as coisas dependem disto e daquilo, não o iremos fazer. A distância que temos aos outros lugares são distâncias normais do campeonato, que vão acontecendo ciclicamente. O campeonato é feito de ciclos, e a classificação final é o somatório desses ciclos.

Sofremos uma derrota que não hipoteca em nada o caminho que queremos fazer no campeonato. Nos últimos 15 jogos, tínhamos sido a equipa com mais pontos atrás dos ‘três grandes’, juntamente com o Marítimo.

(Sobre a expulsão de Héldon) O futebol é para ser jogado, não é para ser falado. Muitas vezes, o árbitro pode condescender mais ou menos. Mas sempre que há palavras, ficamos na mão dos árbitros. Muitas vezes, os jogadores são tentados a desabafar, mas os árbitros, muitas vezes, não estão virados para isso. O Vasco fez aquilo que entendeu fazer naquele momento e eu tenho de o aceitar".