Taça da Liga: Vitória de Setúbal - Sporting de Braga (declarações)

Jorge Simão (treinador do Sporting de Braga): “Relativamente ao jogo, o que sinto é a missão cumprida, propusemo-nos fazer deste momento um momento marcante que nos permitisse estar na final, era um jogo a eliminar e, portanto, foi para isso que nos preparámos e foi esclarecedor o que fizemos, portanto o que sinto, acima de tudo, é a missão cumprida.

Concordo que terá sido um fator importante, agora não foi única e exclusivamente a experiência que fez com que ganhássemos este jogo. Acho que acima de tudo, ficou a imagem marcante de uma grande coesão da equipa, senti isso, acho que foi visível para todos aqueles que assistiram, que ficou visível que os nossos jogadores queriam mesmo ganhar este jogo. E passámos por fases difíceis, outras mais desafogadas, uma vezes jogamos melhor outras um bocadinho pior, mas lá está, a missão está cumprida e era isso que nos tínhamos proposto e nos trouxe aqui.

Parece-me que é justo, fomos construindo um resultado no decurso do tempo, nos momentos também que foram chave, mas parece-me justo dadas as situações que fomos criando.

Ia utilizar a ironia e dizer que nem sabia quem estava na outra meia-final para fugir à questão, mas, como é óbvio, tenho uma preferência, mas também, como é óbvio, prefiro não a dizer. E acho que fica assim diplomaticamente respondido.

Não tenho medo das palavras: acho que sou um treinador resultadista, porque acho que é isso que me fez chegar aqui e sobreviver neste meio tão exigente, de grande desgaste e, acima de tudo, o que sinto é que isto é sobrevivência e o que faz sobreviver são os resutados, nada mais.

Confesso que ainda não pensei nisso e não consigo responder neste momento, mas, se ganharmos a final, com certeza que sim [é o momento mais importante da carreira].”

José Couceiro (treinador do Vitória de Setúbal): “Agradeço aos adeptos do Vitória de Setúbal, foram fantásticos e o aplauso [dos adeptos] à equipa foi o reconhecimento da qualidade que a equipa tem apresentado, não conseguimos dar-lhes a alegria de estarmos aqui no domingo, mas eles foram fantásticos no apoio que nos deram e vamos continuar a precisar disso, vamos continuar a precisar do apoio, porque o nosso objetivo no campeonato ainda não está conseguido e precisamos de todos para conseguir o objetivo da manutenção.

Em relação ao jogo, penso que o resultado é excessivo, é muito penalizador para nós, evidentemente também por culpa nossa, mas nós fomos condicionados no jogo logo na primeira parte, e a crítica que tenho a fazer não é por haver erros, porque erros todos temos, a crítica que tenho a fazer tem a ver com isto: na reunião técnica chama-se a atenção para os jogadores que agarrarem nas transições são punidos com amarelo, as perdas de tempo vão ser todas assinaladas e não vamos permitir isso, as reações são todas com cartão amarelo.

Criam um ambiente que passamos aos jogadores, de 'fair-play', que acho muito bem, e depois no primeiro lance de transição em que o nosso jogador é agarrado, a punição disciplinar não existe. E isto vira as equipas e o estado de espírito dos jogadores, não posso estar a trabalhar a equipa a dizer que temos de ter determinado comportamento e depois chegamos à conclusão que esse comportamento não existe.

Por outro lado, não vou discutir a grande penalidade contra nós, mas o critério tem que ser o mesmo nas duas áreas e o lance do Edinho com o Artur Jorge é mais flagrante que o do Venâncio, que é um remate a um metro dele. É evidente que isso condiciona. Depois a responsabilidade é nossa, oferecemos o segundo golo ao Braga, arriscámos o que tínhamos que arriscar e acabámos por sofrer um golo na transição.

Os jogadores do Vitória estão de parabéns por isto: porque com as dificuldades todas que temos, que são públicas, o comportamento deles ao longo destes meses tem sido fantástico. Chegaram aqui, é um prémio jogar a este nível e neste ambiente, é um prémio para equipa, não mereciam um resultado tão pesado, não, mas o futebol é mesmo assim, aprendemos que há determinados erros que não se podem cometer, agora não gosto que a minha equipa seja condicionada desta forma e nós, infelizmente, as coisas não correram a nosso favor.

Mas essa análise tem que ser os técnicos a fazer, porque há momentos do jogo que viram os jogos e claramente, e os jogadores estão de parabéns porque obrigaram o Braga a jogar claramente no nosso erro, a jogar claramente na transição, o Braga baixava o bloco e jogava, por estratégia e tem todo o direito de fazer isso, mas há mérito do Vitória de Setúbal em obrigar o Braga a fazer isso.

Não conseguimos o que queríamos, perdemos, parabéns ao Sporting de Braga, passa para a final, nós não, vamos trabalhar para fazermos um campeonato tranquilo e conseguirmos assegurar o nosso objetivo que é a manutenção."