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Crónica: Mãos de Marafona salvaram o Sp. Braga do erro do passado na Taça

O Sporting de Braga comemorou hoje as ‘bodas de ouro’ da conquista da sua primeira Taça de Portugal de futebol, somando o segundo título, ao bater o FC Porto, nas grandes penalidades (4-2), depois de desperdiçar uma vantagem de 2-0.

Crónica: Mãos de Marafona salvaram o Sp. Braga do erro do passado na Taça

Foi preciso esperar exatamente 50 anos para que os bracarenses voltassem a erguer a Taça de Portugal, algo que conseguiram hoje após muito sofrimento, já que depois de, tal como em 2014/15, estarem a vencer por 2-0, graças a dois erros da defesa portista, permitiram o ‘bis’ de André Silva e o empate, concretizado já em período de descontos, e foram obrigados a nova série de grandes penalidades.

Aí, quando o fantasma do ano passado pairava no Estádio Nacional, em Oeiras, Marafona transcendeu-se para defender as grandes penalidades chutadas por Herrera e Maxi Pereira, e, assim, garantir, numa explosão de alegria, o segundo título da história do seu clube na prova.

A Taça de Portugal é uma festa, mas hoje no Jamor havia demasiado em disputa para que tudo se resumisse a uma celebração: de um lado, um ‘dragão’ de orgulho ferido, depois de uma temporada atípica, sem títulos – o último a incorporar as vitrinas foi a Supertaça conquistada em agosto de 2013 -, e com o terceiro lugar no campeonato como uma ‘mancha’ difícil de apagar, do outro, um Sporting de Braga à procura de esquecer o ‘trauma’ da final perdida nas grandes penalidades para o Sporting na época passada.

Os dois emblemas surgiram quais faces opostas da mesma moeda, com Paulo Fonseca vestido de gala e José Peseiro de trabalhador, numa antítese que lembrava que o treinador bracarense, tão mal sucedido no FC Porto, tinha um registo 100% vitorioso nos três confrontos anteriores entre ambos.

E os minutos iniciais da final da Taça de Portugal confirmaram a tendência: pouco depois de Hassan cabecear ao lado um livre batido por Josué, Helton teve uma saída infeliz, deixou a bola à mercê de Rui Fonte e o avançado português não perdoou, cabeceando à vontade para o 1-0, aos 12 minutos de jogo.

O golo precoce destabilizou os jogadores portistas, que acumularam passes falhados e demonstrações de ansiedade e fecharam a primeira parte sem uma única hipótese clara de golo – o mais próximo que estiveram disso foi aos 35 minutos, quando Maxi fez um cruzamento-remate defendido em esforço por Marafona.

No arranque da segunda parte, os portistas subiram no terreno e, aos 51 minutos, Marafona foi obrigado a sair da baliza para ‘arrancar’ a bola dos pés de um isolado André Silva.

O FC Porto estava em crescendo, mas, uma vez mais, viu o seu sucesso comprometido a partir de dentro: depois de sacudir uma bola perigosa, Marafona rematou para a frente, a bola sobrou para Helton, que a chutou na direção de Marcano. Surpreendido pelo passe, o central permitiu o corte de Josué que, com a baliza aberta, nem hesitou, fazendo o 2-0, aos 58 minutos.

O que se seguiu foi uma sucessão alucinante de ataques, com o guarda-redes bracarense a defender um remate à queima-roupa de André Silva, para pouco depois, aos 61 minutos, ver o avançado português encontrar finalmente o caminho do merecido golo, na recarga a um remate de Brahimi que defendeu.

A adrenalina desses cinco minutos pareceu esgotar o caudal ofensivo das duas equipas, que tentaram muito, mas com pouca cabeça, encontrar o caminho do golo. ‘In extremis’, quando nos altifalantes já soavam os cinco minutos de compensação, um livre concentrou os 11 jogadores portistas na pequena área bracarense e, depois de muita confusão, André Silva viu recompensada a sua entrega, com um golo que atirou a final para prolongamento.

Pelo segundo ano consecutivo, os ‘guerreiros do Minho’ estiveram a ganhar por 2-0 e permitiram o empate, um erro que voltou a sair-lhes caro. Num prolongamento sem história e sem qualidade, em que a quebra física do Sporting de Braga foi evidente, o FC Porto esteve perto de desfazer o empate, outra vez através do avançado português, mesmo ao cair do pano, mas Marafona defendeu.

E é o nome do guarda-redes bracarense que ficará eternamente associado à segunda Taça de Portugal do seu clube: o guardião defendeu os penáltis de Herrera e depois de Maxi Pereira e entregou o troféu aos bracarenses, que converteram todas as suas grandes penalidades para vencerem por 4-2.

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