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Jovem que terá esfaqueado adeptos do Sporting acusado de homicídio

O Ministério Público acusou de homicídio qualificado, na forma atentada, um jovem de 20 anos suspeito de esfaquear, em Guimarães, dois adeptos do Sporting, no final de um jogo de futebol, a 1 de novembro de 2014.

Jovem que terá esfaqueado adeptos do Sporting acusado de homicídio

Segundo a acusação, a que a Lusa hoje teve acesso, o arguido vai ainda responder por três crimes de ofensa à integridade física qualificada e por um crime de detenção de arma proibida.

No mesmo processo, é também arguido um jovem de 18 anos, acusado de quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada.

Os factos remontam à noite de 1 de novembro, no final do jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o Sporting, para a nona jornada da I Liga, que a equipa minhota venceu por três bolas a zero.

De acordo com a acusação, quatro adeptos do Sporting, oriundos de Mirandela foram abordados, na rua, pelos dois arguidos, que envergavam bonés e casacos alusivos ao Vitória de Guimarães e que estavam acompanhados por mais “6 a 7” pessoas, que as autoridades não conseguiram identificar.

Os ofendidos foram agredidos com socos e pontapés, mas dois conseguiram entretanto fugir do local, enquanto os outros dois ficaram “cercados” pelos agressores.

Um dos arguidos sacou de uma navalha de 8,50 centímetros, de abertura automática mediante mecanismo de mola, e deu uma navalhada no tórax a um dos ofendidos e duas numa omoplata a outro.

Mesmo depois de os ofendidos estarem no chão a sangrar, os arguidos “continuaram a dar-lhes socos e pontapés”, só abandonando o local após terem sido avisados de que a polícia estava a chegar.

A acusação de homicídio qualificado, na forma tentada, refere-se ao caso do adepto que foi esfaqueado no tórax, já que se trata de uma zona do corpo “que aloja órgãos vitais”.

O arguido “previu que poderia matar, resultado com o qual se conformou e quis”, refere a acusação, sublinhando que a navalha utilizada era “um meio especialmente idóneo” para provocar lesões graves.

O Ministério Público sublinhou que os arguidos agiram “de forma inesperada, sem qualquer provocação e impulsionados por motivo fútil”, traduzido “na mera disputa clubística”.

O arguido acusado de desferir as navalhadas está a aguardar julgamento em prisão domiciliária, com vigilância eletrónica.

O seu advogado, Pedro Carvalho, disse à Lusa que está a analisar a acusação, sublinhando que a estratégia da defesa poderá passar por requerer a instrução.

“Já esperávamos uma acusação por homicídio na forma tentada, apesar de ser, quanto a nós, manifesto que não existiu intenção de matar. Mas em Portugal, sempre que há uma agressão com arma e lesões corporais, o Ministério Público entende sempre haver uma tentativa de homicídio”, referiu.

Pedro Carvalho disse ainda esperar “que não haja pressão dos dirigentes desportivos, como se verificou lamentavelmente no início do processo, porque estão a ser julgadas pessoas e não clubes, e quer as vítimas, quer os agressores merecem um julgamento justo, não mediatizado ou politizado”.

“Os dirigentes desportivos devem dar o exemplo e absterem-se de discursos inflamados e quezílias, preocupando-se em apenas vencer jogos dentro das quatro linhas e em combater a violência verbal ou física no desporto e não incentivar a mesma", rematou.

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