Quase quatro anos e meio após a compra do clube parisiense por Nasser Al-Khelaifi, o PSG conquistou a sua primeira grande vitória europeia. A forma categoria como os franceses eliminaram o Chelsea foi tão impressionante que tem de representar, necessariamente, um grande passo para a afirmação do projeto oriundo do Qatar.
Ao longo deste período sob administração dos investidores estrangeiros, o PSG tem feito um esforço significativo para recolocar a sua marca, transformando-a em algo próximo do 'premium'.
No nosso blogue fomos dando conta desse caminho e da comunicação a ele associado: a bem executada mudança da identidade visual, a contratação de David Beckham, a ênfase na origem parisiense do clube, procurando dotá-lo das melhores caraterísticas da reputação da capital de França, por associação. Aliás, se dependesse da vontade da direção do atual campeão francês, a organização seria tratada por Paris SG, e não pela bem mais antiga sigla PSG.
Tendo em conta este posicionamento, a Liga dos Campeões é o palco primordial para a afirmação da marca. É aí que estão os milhões, é aí que está a elite do futebol e, claro, dos patrocinadores. Por isso a vitória sobre o Chelsea é tão significativa: foi um primeiro passo para a afirmação de um projeto pensado para a Champions. Nas palavras de Michel Platini, «programado» para a Liga dos Campeões. Sem ela, a marca que está a ser pensada nunca ficará verdadeiramente construída.
Curiosamente, o triunfo do PSG foi sobre um outro 'novo-rico', este mais antigo, mas que será a principal referência entre os clubes adquiridos por milionários. O Chelsea de Abramovich cedo chegou longe na Europa e ainda mais cedo triunfou em Inglaterra, muito graças a José Mourinho. E o prestígio do adversário – do clube e do treinador – torna a passagem dos gauleses aos quartos-de-final da prova ainda mais relevante. Para o clube, como tenho vindo a defender, mas também para o futebol francês e para Laurent Blanc.
O projeto de Nasser Al-Khelaifi nunca escondeu a preferência por treinadores reputados. Daí a substituição de Kombouaré por Ancelotti, em 2011-2012. Para além disto, nomes como o do próprio José Mourinho já foram associados ao clube. Daí que a escolha de Laurent Blanc tenha levantado algumas dúvidas, sobretudo relativas à crença dos próprios responsáveis do PSG no técnico francês.
As duas exibições categóricas frente ao Chelsea, a superioridade que os parisienses demonstraram em ambas as mãos, em todos os momentos do jogo, foram também um momento de afirmação para Laurent Blanc, que ganhou créditos e atenções de que até agora não dispunha. Para além disto, foi também a vitória de uma equipa de um campeonato bom frente ao líder da melhor liga do mundo.
Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.
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