Eliminação não impede manifestações de júbilo ao desempenho de Cabo Verde

Por toda a Cidade da Praia, centenas de pessoas estão também nos passeios, com bandeiras nas mãos, a aplaudir quem passa, felizes por uma seleção de um pequeno país ter ultrapassado as expectativas na CAN2013, só sendo eliminada com um golo de penálti, que consideram duvidoso, e outro já nos descontos, pelo todo-poderoso Gana.

''O sonho continua'', disse à agência Lusa a ministra do Desporto de Cabo Verde, Fernanda Marques, momentos após o jogo terminar, num Parque 5 de Julho completamente lotado e onde, num ecrã gigante, milhares assistiram ao jogo até aos 86 minutos, quando a imagem caiu e não mais voltou.

''Continua a vitória para lá do sonho. Conseguimos chegar aqui, com muita humildade, mas com muita determinação e trabalho e com uma grande união da Nação cabo-verdiana'', disse Fernanda Marques, salientando que o ''sonho secreto, feito com um pouco de utopia'', era chegar à final. ''Mas caímos de pé e com dignidade'', frisou.

Idêntica postura demonstrou Bino Branco, o vocalista dos Ferro Gaita, uma das mais populares bandas de Cabo Verde, que salientou estar ''triste'', mas, ao mesmo tempo, satisfeito com os resultados dos ''Tubarões Azuis''.

''O sonho nunca acaba. É sempre bom continuar com o sonho. Estou triste porque o jogo foi excelente, a nossa seleção mostrou ser superior e um homem, que é o rei da partida (árbitro), errou, fez uma asneira, que não perdoo. Mas mostrámos que somos ‘Tubarões Azuis’ e dignificámos o nosso país'', afirmou.

Mais longe foi Lino Furtado. ''Não estou triste, estou muito chateado. O Gana ganhou sem mérito, mas sim por falha do árbitro''.

Mas o otimismo de Lino Furtado não esmoreceu e, na ''ora di bai'' - altura de deixar (a CAN2013) -, a alegria, defendeu, deve prevalecer.

''Eu quero dizer a todos os cabo-verdianos que não quero ver ninguém triste. Chegámos aos quartos-de-final. Tínhamos condições de vir com o troféu. Mas o mundo ficou a saber que somos o país da morabeza, do amor, da força e da esperança'', frisou.

Por seu lado, Jamila Cristina cantava e dançava à saída do Parque 5 de Julho e, à pergunta de porquê, foi taxativa.

''Não estou triste, estou muito contente porque chegámos aos quartos-de-final. Estiveram muito bem. Afinal, é a primeira vez (na CAN). Perdemos, paciência, mas estamos contentes'', afirmou.

Os festejos prometem continuar em homenagem a uma seleção que participou pela primeira vez na fase final de uma CAN e que fez frente a três poderosas seleções sem perder - África do Sul (0-0), Marrocos (1-1) e Angola (2-1) – e só “caiu” perante o favorito Gana, por 2-0.