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"O que se passa na arbitragem é um caso de polícia"

O Tribunal da Relação emitiu esta terça feira uma decisão que ecoou pelos corredores do futebol português, ao confirmar a condenação de Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica, no caso conhecido como E-Toupeira.

"O que se passa na arbitragem é um caso de polícia"
Porto Canal

O processo, que remonta a 2018, envolve acusações de crimes cometidos por Paulo Gonçalves e pela SAD benfiquista, com destaque para violação de segredo de justiça e corrupção ativa.

Apesar de ter sido acusado de múltiplos delitos, o ex-colaborador do Benfica acabou por ser condenado apenas por corrupção ativa, recebendo uma pena de dois anos e seis meses de prisão suspensa.

Um elemento central do caso foi a oferta de bilhetes e outros brindes por parte de Paulo Gonçalves a José Silva, um funcionário judicial, em troca de informações privilegiadas. Este último também foi condenado, recebendo uma pena de cinco anos de prisão suspensa.

Os juízes que proferiram a sentença destacaram a importância simbólica dessas ofertas para os adeptos do Benfica, realçando que, mesmo que de baixo valor monetário, representavam uma vantagem emocional significativa para os adeptos.

"Qualquer adepto do futebol gostará de sentir-se próximo da equipa, do clube da sua preferência", começaram por escrever os juízes no acórdão final.

"Esta proximidade, ainda que não seja traduzível em valor monetário, e pareça desprezível, tem um conteúdo que ao qual o cidadão comum concede um valor. O acesso gratuito, ainda que a pequenos artigos, de reduzido valor, é um fator de satisfação pessoal que configura uma clara vantagem relativamente aos demais", pode ler-se ainda.

A sentença levantou várias questões no mundo do futebol português, com Diogo Faria, diretor de Conteúdos do FC Porto, a utilizar as redes sociais para expressar preocupação com as implicações do caso.

Diogo Faria apontou para a coincidência de duas condenações por corrupção em benefício do Benfica num curto espaço de tempo, incluindo este caso e outro relacionado com corrupção de jogadores adversários.

"Em menos de dois meses houve duas condenações por corrupção em benefício do Benfica", começou por escrever o diretor dos azuis e brancos.

"Num caso, corrupção de jogadores adversários. No outro, de funcionários judiciais", justificou.

Ainda na sua publicação, Diogo Faria sublinhou não apenas o veredito judicial mas também levantou questões sobre a integridade e a necessidade de investigação nas instâncias arbitrais do futebol português.

"Reforço a convicção de que o que se passa na arbitragem é um caso de polícia que justifica investigação", rematou o diretor de Conteúdos do FC Porto.

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