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"De certa forma, Conceição mascarou o estado real das coisas que se passam na direção"

Com as eleições presidenciais do FC Porto à porta, o ambiente está tenso, não só pelo peso do momento na história do clube, mas também pela intensificação do embate verbal entre o atual presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, e o seu principal opositor, André Villas-Boas.

"De certa forma, Conceição mascarou o estado real das coisas que se passam na direção"
FC Porto

"É um treinador que consegue transformar a equipa fruto do seu grande amor pelo FC Porto", observa Villas-Boas.

Neste contexto, perante uma audiência de 140 adeptos portistas na Suíça, Villas-Boas delineou a sua visão para o futuro do clube azul e branco e, durante a sua intervenção, não poupou críticas à gestão financeira atual do FC Porto.

O ex-técnico do FC Porto começou por elogiar Sérgio Conceição, atual treinador dos Dragões, destacando a sua capacidade de motivar a equipa dentro das quatro linhas, mas ressalvou que essa capacidade pode ter mascarado a situação real dos dragões nos últimos tempos.

"Estamos a ficar para trás. E se não fosse a sagacidade de um treinador realmente especial, podia ainda ter corrido realmente mal", começou por observar o antigo técnico dos azuis e brancos, citado pelo jornal 'Record'.

"É um treinador que consegue transformar a equipa fruto do seu grande amor pelo FC Porto, tem uma capacidade de motivar os seus atletas como ninguém. Mas, de certa forma, mascarou o estado real das coisas que se passam no topo, na direção", acrescentou André Villas-Boas.

André Villas-Boas aproveitou para destacar que, apesar das vendas significativas de talento efetuadas pelos dragões, o FC Porto não conseguiu gerar riqueza proporcional, apontado para o crescimento do passivo do clube.

"Nos últimos 12 anos, o FC Porto adicionou 250 milhões de euros ao seu passivo. E, ao mesmo tempo que isso aconteceu, vendeu muito talento, mas teve uma margem de ingresso muito, muito curta relativamente às vendas que fez", destacou o ex-treinador luso.

A análise financeira feita por André Villas-Boas revelou preocupações sobre o estado económico do FC Porto, apontando para despesas relacionadas com comissões, intermediações e pagamentos a clubes terceiros.

"Há muito dispêndio de dinheiro que está relacionado com comissões, intermediações, pagamentos a clubes terceiros, pagamentos a clubes formadores, e a realidade é que o FC Porto nos anos onde vendeu mais não conseguiu criar riqueza", sublinhou.

"Pagámos um preço muito elevado por termos tido uma direção que se acomodou nestes últimos 20 anos"

Villas-Boas enfatizou ainda a concentração esmagadora de sócios em três distritos, salientando que o FC Porto falhou em expandir a sua base de apoio nacionalmente e internacionalmente.

"O FC Porto tem 88 por cento dos seus sócios em três distritos apenas, Porto, Braga e Aveiro. Ou seja, a sul e ao centro é um deserto (...) Resistem apenas os bravos fora da zona do Porto. E aqui (Suíça) também vocês", observou Villas-Boas.

O candidato à presidência do FC Porto, criticou ainda a visão "fechada" e "bairrista" que, segundo ele, a direção do clube adotou nos últimos anos, impedindo o crescimento e a projeção global do emblema da Invicta como marca.

"Nestes últimos 20 anos, onde podíamos ter crescido abruptamente por esse mundo fora, porque somos uma marca forte, temos valores únicos, temos cultura Porto, de paixão, de desejo, de dedicação, acabámos por nos tornar infelizmente num clube fechado, bairrista", salientou.

"Infelizmente, a realidade é essa: pagámos um preço muito elevado por termos tido uma direção que se acomodou nestes últimos 20 anos, e que acabou por tornar o FC Porto de certa forma no seu quintal - o que impediu o seu crescimento", rematou André Villas-Boas.

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