A França, já apurada e com uma ‘revolução’ no ‘onze’, sofreu hoje uma derrota surpreedente frente à Tunísia (1-0), no Mundial do Qatar, resultado que mesmo assim permitiu aos atuais campeões conquistarem o primeiro lugar do Grupo D.
Em Doha, aos 58 minutos, Wahbi Khazri, avançado que nasceu e atua em França, deu a primeira vitória de sempre da Tunísia sobre os gauleses, mas os norte-africanos acabaram por ficar pelo caminho, já que precisavam da ajuda da Dinamarca no duelo com a Austrália.
A França, que ainda chegou ao empate por Griezmann nos últimos instantes da partida, numa lance que acabou invalidado pelo videoárbitro (VAR), foi um justo derrotado, tal a superioridade que os tunisinos foram demonstrando em quase todo o encontro.
Talvez ‘inspirado’ pela história do seu país, o técnico Didier Deschamps tentou fazer uma ‘revolução francesa’ à sua maneira, mudando nove jogadores no ‘onze’ inicial, deixando, por exemplo, Mbappé e Griezmann no banco, e pagou caro por isso.
Só não foi um dia pior para os campeões mundiais por causa do 4-1 imposto à Austrália na estreia no Mundial2022, senão os ‘socceroos’, também apurados, poderiam ter ‘roubado’ o primeiro lugar do grupo.
O primeiro remate à baliza em todo o jogo da equipa francesa aconteceu só aos 82 minutos, o que demonstra o péssimo jogo efetuado pelos europeus.
A França fica agora à espera do desfecho do Grupo C para conhecer o adversário dos oitavos de final, com a Argentina, de Lionel Messi, a poder já cedo atravessar-se no caminho dos gauleses.
Konaté e Tchouameni foram os únicos sobreviventes das mudanças efetuadas por Deschamps, num encontro que só ganhou vida na segunda parte.
Logo aos oito minutos, Ghandri festejou o que seria o primeiro golo da Tunísia, mas o VAR encontrou o central em fora de jogo na altura em que o livre foi marcado por Khazri.
Mesmo sem criar grandes oportunidades, os tunisinos foram ganhando praticamente todos os duelos, enquanto os gauleses apareciam sem qualquer tipo de conexão no seu jogo e com muitas dificuldades em fazerem dois ou três passes seguidos.
Mesmo com o nulo ao intervalo, o jogo prometia um golo da Tunísia e isso aconteceu mesmo aos 58 minutos, por Khazri, num lance em que o jogador nascido em Ajaccio saiu lesionado.
Khazri rompeu pela defensiva francesa e, entre três jogadores rivais, à entrada da área, disparou com sucesso de pé esquerdo, meio segundo antes de ser atingido com dureza por Disasi.
A Tunísia estava a fazer o ‘impossível’, estava a bater os campeões mundiais e subitamente o apuramento começou a ficar mais perto.
Com cara de poucos amigos, Deschamps lançou primeiro Mbappé e depois Griezmann, mas a França continuou sem soluções para chegar junto da baliza da Tunísia.
Só com a entrada de Dembelé a França pareceu ganhar alguma fluidez, mas só nos descontos os gauleses lá conseguiram prender a Tunísia à sua área, numa altura em que o défice físico dos africanos era notório.
Aos 90+8 minutos, com um remate de pé direito já dentro da área, Griezmann parecia ter salvo a França da derrota, mas o VAR anulou por fora da jogo do avançado, repondo justiça no desfecho do jogo.