Declarações após o jogo entre o Vitória de Guimarães e o Tondela, da quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado na sexta-feira, que terminou com um triunfo vimaranense, por 1-0
Luís Castro (treinador do Vitória de Guimarães): "A equipa, durante 20, 25 minutos, esteve bem. Fez golo. O golo fez com que, no nosso subconsciente, o primeiro jogo com o Tondela (derrota por 2-0) pairasse no seio da equipa. A equipa não teve estabilidade emocional para jogar debaixo do resultado favorável.
A equipa do Tondela aproveitou e bem e controlou a partir dos 25 minutos. A espaços fomos equilibrando o jogo, mas de uma forma não tão assídua como queríamos que acontecesse. No primeiro momento de pressão, não conseguimos condicionar a saída de bola do Tondela. O Tondela chegou organizado ao segundo momento de construção e conseguiu tirar cruzamentos para a área. Não nos deixou avançar no terreno. O nosso bloco ficou baixo e não conseguimos atacar como queríamos.
As substituições [entradas de Pêpê e de Ola John] foram para dar o que não tínhamos tido até aí. Num dos momentos a seguir às substituições, estivemos por cima. Por momentos, a equipa conseguiu reagir. Depois, há ali um período final em que o Tondela toma conta do jogo. Ficámos a querer que o jogo acabasse de forma repentina, a olhar para o relógio.
Após estas duas vitórias seguidas é bom pararmos um pouco. Qualquer delas foi vivida intensamente. A situação também é benéfíca, porque há um conjunto de situações a trabalhar".
Pepa (treinador do Tondela): "Faltaram os golos. Foi a nossa melhor exibição desta época. Arrisco-me a dizer que, há três semanas, vencemos aqui 2-0, para a Taça da Liga, mas saímos um pouco preocupados com a forma como ganhámos. Hoje, perdemos 1-0, não levámos nada em termos de pontos, mas levámos uma personalidade para jogar [desinibidos] em qualquer campo.
Tivemos mais bola, mais cantos, mais remates, mais volume ofensivo. As situações do Vitória foram bolas paradas e transições. Este é o caminho para um Tondela mais forte. Quando assim é, vamos estar mais perto de vencer. Os pontos vão chegar com naturalidade. É trabalhar e potenciar este plantel, que tem muito para crescer.
Faltou-nos mais agressividade e matreirice no último terço. Se tivéssemos tido mais critério, talvez o resultado fosse outro.
Recebemos a notícia [da convocatória do Cláudio Ramos para a seleção portuguesa] em direto. Estávamos todos no almoço, no estágio. A reação foi de um orgulho e de um carinho enorme. Não é fácil um jogador do Tondela chegar à seleção AA. É tremendo para todos os treinadores que já teve, todos os jogadores com quem já jogou e para a direção do clube.
[Saídas como a do Miguel Cardoso] são medalhas que ficam guardadas para nós, treinadores. A verdade é que em pouco tempo o clube vendeu dois jogadores, o Miguel Cardoso e o Osorio. Na parte desportiva, não fico nada satisfeito por perder um jogador bom."