O antigo futebolista Paulo Futre ainda hoje tem a mágoa de ter apenas disputado uma grande competição internacional ao serviço da seleção portuguesa, o Mundial de 1986, marcado pelo “caso Saltillo”.
“Houve aquela grande seleção de 1984 e 86. Depois, com todos aqueles jogadores irradiados, muda completamente a seleção e há um vazio até aparecer a ‘geração de ouro’. Passam seis, sete anos, portanto dos meus 20 aos 27 anos, no meu auge. É uma mágoa que tenho (não ter jogado mais nenhum Mundial). Nem um Europeu, só joguei aquele Mundial”, lamentou.
Em entrevista à agência Lusa, o antigo extremo recorda que a experiência em 1986 acabou por ser negativa, devido aos conflitos entre os jogadores e a federação.
“Tive a infelicidade de só ir a este. Não tive a sorte de ir a mais nenhum. As horas passam e, com a desorganização que houve, nem pensas que estás num Mundial, esqueces-te que estás no Mundial. Querias tanto estar lá, mas com tudo o que aconteceu de mal, esqueces-te que estás num Mundial, deixas de estar concentrado”, afirmou.
Quando surge a “geração de ouro”, o esquerdino Futre já estava numa fase descendente da carreira, sobretudo devido à grave lesão sofrida num joelho.
“O que é incrível é que mesmo na ‘geração de ouro’, não tiveram um esquerdino à altura deles. Figo, Rui Costa, João Pinto, Paulo Sousa, toda aquela geração era uma seleção de outro mundo, mas faltou-lhes um esquerdino. Ainda os apanhei com 27 anos, antes de ter tido a lesão grave no joelho. Ainda os apanhei quase todos, mas a verdade é que nunca tiveram um esquerdino à altura”, lamentou.