CAN 2013: João de Deus acredita na «motivação e ambição» cabo-verdiana

“Com realismo, o mais expectável é que o Gana vença, tem melhores jogadores e mais experientes. Só que me parece que a motivação e ambição da seleção de Cabo Verde é muito grande, indescritível, e o que sei que vai acontecer é que quando entrarem em campo não lhes vai interessar se é o Gana ou outra equipa qualquer”, afirmou o atual treinador da Oliveirense, da II Liga portuguesa.

O timoneiro dos “Tubarões Azuis” entre 2008 e 2010 admite que a formação cabo-verdiana pode ser bem-sucedida na “missão quase impossível”, que será o encontro dos “quartos”, no sábado, a partir das 17:00 locais (15:00 em Lisboa), no Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, na África do Sul.

“Se, no sábado, Cabo Verde eliminar o Gana, que é muito difícil, é uma missão quase impossível, também é algo que, não sendo normal, pode bem passar-se. A ambição é enorme, a vontade de defender as cores do país é muito grande”, frisou.

João de Deus assumiu que não ficou surpreendido a qualificação cabo-verdiana para os “quartos”, após superar Angola e Marrocos, no Grupo A.

“Surpreendido só na perspetiva de que a inexperiência da equipa poderia ter consequências nos resultados dos três primeiros jogos. Mas, tendo em conta a qualidade dos jogadores cabo-verdianos, não me deixa surpreendido e, além disso, têm um coletivo forte que já está assimilado há bastante tempo”, explicou.

O antigo selecionador de Cabo Verde “responsabiliza” o técnico Lúcio Antunes pela união do grupo e pelo desempenho na CAN2013.

“Cabo Verde é uma equipa que tem processos bem definidos e bem instituídos. Os jogadores entram e cada um sabe objetivamente qual a sua missão no terreno. Isso é responsabilidade total do treinador, mas isso também não me surpreende porque o Lúcio é um treinador interessado, estudioso e, claro, tem o condão de ter uma equipa nesta altura bem organizada e coesa”, referiu.

O treinador da Oliveirense não duvida que Lúcio Antunes, de 46 anos, só voltará a exercer a profissão de controlador aéreo se quiser.

“Não sei quais as expectativas que o Lúcio tem, mas só não será treinador a tempo inteiro, mormente em África, se não quiser. Quem faz este percurso brilhante, naturalmente, terá sempre grandes possibilidades de treinar bons clubes e boas seleções em África. De qualquer forma, sabendo da estabilidade da federação de Cabo Verde, sob a liderança do Mário Semedo, que o Lúcio será o selecionador e o diretor técnico da federação enquanto o desejar. E eu espero, a bem do futebol cabo-verdiano, que esse desejo seja por muitos e longos anos”, concluiu.