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Egito: Manuel José voltará ao Al-Ahly para honrar cumplicidade com egípcios

O treinador Manuel José identificou hoje “motivos políticos” como responsáveis pelos incidentes que vitimaram 74 adeptos em jogo de futebol no Egipto, prometendo voltar ao país para honrar a cumplicidade que tem com o povo.

Egito: Manuel José voltará ao Al-Ahly para honrar cumplicidade com egípcios

“Digo isto com prazer: tenho uma relação estranha, que não percebo, com o povo do Egipto. As pessoas gostam de mim. Não só os adeptos do Al-Ahly. Vou voltar, com certeza que vou. Tenho relação fortíssima com o clube e o povo egípcio, que é simpático, afetivo, tranquilo, generoso. Não é um povo agressivo. De todos os povos árabes, são os mais tranquilos”, disse.

À chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o treinador revelou que a 16 de fevereiro voltará ao Cairo com o adjunto Pedro Barny, mas que a sua esposa “voltou para ficar” em Portugal.

“Nem sequer consultei a família sobre isso [permanecer no Egipto]. O meu irmão quer que eu regresse, como é evidente. A minha mulher, qualquer que seja a minha decisão, ficou sempre comigo. Já na revolução foi igual. Vamos ver os desenvolvimentos nestes 15 dias”, prosseguiu.

Depois dos incidentes no final do encontro entre o Al-Masry e o Al-Ahly, que, além de provocarem 74 vítimas mortais, deixaram feridos perto de duas centenas de adeptos, Manuel José não tem dúvidas de que “o futebol egípcio está ser usado para fins políticos”.

“Houve um aspeto importante no jogo: um dístico escrito em inglês - estranho em país árabe, num jogo entre duas equipas árabes - com letras grandes, garrafais, a verde para se ver bem, que dizia ‘hoje vocês vão morrer todos aqui’. Não era para mim ou equipa técnica. Aquilo foi feito para a imprensa internacional, pois eles sabiam o eco que ia ter, iam para matar as pessoas”, acusou.

E, sobre a sua convicção, acrescentou: “Nós não temos qualquer prova no sentido de que aquilo foi organizado, mas que parece, parece. Eu acho que o futebol está claramente usado para fins políticos. Por muitas pessoas, forças. Tudo indica que foi orquestrado para matar os nossos adeptos”.

Segundo o técnico português, “o árbitro deveria ter suspendido o jogo ao intervalo”, lembrando que “houve foguetes diretos” para banco de suplentes e guarda-redes da sua equipa.

“Invadiram o campo cinco vezes. Um clima horrível. Havia centenas de polícias dentro de campo, de costas viradas para o jogo, e ninguém mexeu dedo para nada”, insurgiu-se.

Na sequência da tragédia, Manuel José revelou que alguns dos seus pupilos, incluindo alguns dos melhores futebolistas de África, “estão profundamente magoados e querem abandonar o futebol”.

“Ainda assim, o futebol deve continuar, até pela homenagem aos garotos de 15/16 anos que foram lá para nos apoiar. Já morreram outros da mesma forma. Há uma paixão incrível pelo clube e temos de a honrar. Continuando e fazendo o clube ainda maior do que é”, concluiu.

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