Turquia: Parlamento reduz penas para envolvidos em jogos combinados

A nova lei, que recebeu 284 votos a favor, seis contra e uma abstenção, revê a legislação sobre fraudes e violência que foi adotada em abril, reduzindo de 12 para três anos a pena máxima aplicável aos culpados de corrupção ativa na combinação de resultados, com uma majoração de 50 por cento para os dirigentes dos clubes.

Esta votação permite também reduzir de cinco para dois anos a pena máxima prevista para a introdução de objetos proibidos em recintos desportivos, enquanto a moldura legal para os insultos racistas ou religiosos é reduzida de dois para um ano de prisão.

O parlamento aprovou hoje pela segunda vez esta reforma legislativa, depois de o presidente turco, Abdullah Gul, ter vetado a sua promulgação. Na sequência desta segunda votação, o presidente está obrigado a promulgar a lei, apesar de ainda poder recorrer ao Tribunal Constitucional.

As alterações legislativas tornam-se mais controversas por terem sido votadas numa altura em que um vasto escândalo assola o futebol turco. Desde 03 de julho já foram detidas preventivamente 31 pessoas, por suspeita de combinarem resultados em 19 jogos da primeira e segunda divisão turca, na época de 2010/11.

Entre os detidos está o presidente do Fenerbahce, Aziz Yildirim, cuja equipa foi excluída da Liga dos Campeões. Na sexta-feira, um tribunal aprovou uma acusação que defendia um total entre 54 e 147 anos de prisão para Yildirim, devido a vários atos de corrupção, mas que a nova lei reduziria para metade.

Vários dirigentes do Trabzonspor e do Besiktas, que disputam as competições europeias, também foram visados nas investigações.

Entretanto, o presidente da Federação Turca de Futebol, Mehmet Ali Aydinlar, anunciou que as sanções para os clubes envolvidos serão tomadas no final da presente época.