Um golo determinante de Ricardo Mangas permitiu hoje ao Boavista confirmar os bons indicadores apresentados nas últimas semanas e voltar aos triunfos na receção ao ‘aflito’ Estoril Praia, por 1-0, da 31.ª jornada da I Liga de futebol.
No Estádio do Bessa, no Porto, o lateral canhoto rubricou o momento capital do encontro aos 50 minutos, numa tarde em que as ‘panteras’ estiveram por cima dos ‘canarinhos’ e mantiveram dinâmicas acutilantes na ausência dos influentes Gaius Makouta, Salvador Agra e Yusupha, todos a cumprir castigo, e de Vincent Sasso, lesionado de última hora.
O japonês Masaki Watai, que tinha entrado aos 74 minutos, ainda foi expulso com cartão vermelho direto, aos 90+5, sem impedir o Boavista de lograr a melhor série de resultados em casa, com três triunfos, e ascender ao nono posto, com 40 pontos, quatro abaixo do Vitória de Guimarães, sexto, que está em posição de acesso à Liga Conferência Europa.
Ao contrário dos anfitriões, que já tinham garantido a permanência na jornada anterior, o Estoril Praia voltou às derrotas e continua sem ganhar fora há 11 partidas e praticamente sete meses, mantendo-se num perigoso 15.º posto, com 28 pontos, cinco acima da vaga de acesso ao play-off de manutenção e mais oito do que a zona de despromoção direta.
Com os mesmos titulares da vitória caseira sobre o lanterna-vermelha Santa Clara (3-0), da ronda anterior da prova, os ‘canarinhos’ acusaram dificuldades iniciais para superar a pressão dos ‘axadrezados’, cujo ‘onze’ voltou a incluir Pedro Malheiro, Ibrahima Camará, Kenji Gorré e Róbert Bozeník em relação ao desaire na visita ao ‘vizinho’ FC Porto (0-1).
Alejandro Marqués até começou por falhar a emenda ao centro de Tiago Santos, logo ao quinto minuto, antes de o Boavista crescer no terreno e ameaçar por Bruno Onyemaechi, que se desmarcou a passe de Gorré e atirou para intervenção de Dani Figueira, aos 24.
O Estoril Praia precisou de quatro minutos para ripostar, com Tiago Gouveia a cruzar na direita para um cabeceamento alto de Marqués, que aparecia sem oposição ao segundo poste, mas foi pecando pela parca ligação setorial e rareou em desequilíbrios atacantes.
Sem forçarem o ritmo, os anfitriões estiveram mais proativos na primeira parte e voltaram à carga aos 38 minutos, quando Reggie Cannon acertou de cabeça na trave, após canto de Gorré pela esquerda, e Bozeník e Ibrahima atrapalharam-se mutuamente na recarga.
O Estoril Praia voltaria a arriscar no regresso dos balneários, num ‘tiro’ cruzado de Tiago Gouveia à figura de Rafael Bracali, aos 46 minutos, contando com a imediata reação do Boavista, que falhou o alvo por Ibrahima, aos 47, e mostrou-se letal na ocasião seguinte.
Aos 50 minutos, Gorré voltou a subir no corredor canhoto e encarou o duelo com Pedro Álvaro para servir a emenda subtil ao primeiro poste de Ricardo Mangas, numa jogada inicialmente anulada por fora de jogo, mas validada com recurso ao videoárbitro (VAR).
A equipa de Petit reforçava a sua confiança e voltou a visar a baliza de Dani Figueira por Ibrahima Camará, aos 56 minutos, tendo aos poucos reduzido a cadência em função do adiantamento do opositor, que viu Bracali suster um pontapé de Carlos Eduardo, aos 57.
Francisco Geraldes, uma das ‘cartadas’ lançadas por Ricardo Soares a partir do banco, tentou contrariar o destino de livre direto, aos 90+1 minutos, num golpe insuficiente para prolongar uma série de oito embates seguidos dos anfitriões a sofrerem golos na I Liga.
Os ‘descontos’ ocasionaram algumas quezílias entre os dois conjuntos, sobretudo após a expulsão de Masaki Watai (90+5 minutos), devido a uma falta dura sobre Tiago Santos.