Declarações de Daniel Ramos, treinador do Santa Clara, após o jogo Vitória de Guimarães-Santa Clara (1-0), da 27.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
"[Houve] eficácia por parte do Vitória, porque, nas poucas oportunidades, conseguiu concretizar uma e ter uma outra boa situação [para marcar]. Pelo contrário, houve falta de eficácia da nossa parte e faltou-nos fechar jogadas. O nosso caudal foi mais do que suficiente para conseguirmos mais do jogo. Poderíamos ter criado mais oportunidades.
Ficou aqui vincado o porquê de estarmos na posição em que estamos. Temos uma boa ideia de jogo, com a equipa a impor e a querer. Ficou evidenciado que fomos melhor equipa do que o Vitória e o resultado não traduz o que aconteceu no campo. Temos a noção de que, cada vez mais nesta ponta final, a eficácia e os momentos de decisão podem fazer a diferença.
Estávamos a perder, a precisar de encontrar mais espaços entre linhas [a propósito da substituição realizada após o intervalo]. O Anderson Carvalho estava ‘amarelado’ e a entrada de Costinha verteu-se de forma positiva no jogo. Houve bom jogo posicional da equipa e também boa procura dos espaços, porque o Vitória esteve muito tempo fechado e abdicou de atacar. Foi pena que o golo não tenha sido validado, porque estava a traduzir o que estava a acontecer no jogo. Foi difícil aquele golo anulado de ‘forma pesada'. Isso fez a equipa ressentir-se, porque não entendeu a razão pela qual o golo foi anulado.
Às vezes, precisamos de arriscar mais. Temos jogadas fantásticas na aproximação à baliza, mas faltou-nos fechar mais jogadas. Perante o aglomerado de jogadores do Vitória a fechar os cruzamentos e as segundas linhas de finalização, precisávamos de outras formas de finalização: mais remates de meia distância e mais agressividade a atacar alguns espaços. Tivemos muita bola muito perto da baliza do Vitória. Com essa bola, deveríamos ter atirado mais à baliza.
Toda a gente diz que temos de aumentar o tempo útil de jogo e depois vemos alguns jogos em que algumas equipas querem [mais] e outras não querem.
Sou completamente contra a redução [de 18 para 16 equipas na I Liga], por razões óbvias. Parece-me que quem tomou essas decisões deve estar nos gabinetes e não no terreno. O interesse dos treinadores é competir e jogar, mesmo sacrificando em alguns momentos a época. Depois vamos despedir treinadores, reduzir o número de clubes que se pode mostrar a alto nível, mais jogadores e treinadores para os fundos de desemprego e menos clubes a ter acordos com ‘sponsors'. A redução pode dar mais tempo entre jogos, mas há mais aspetos negativos".