O Palmeiras conquistou em 1999, sob o comando do ex-selecionador português Luiz Felipe Scolari, a sua única Taça dos Libertadores em futebol, num percurso marcado por dois desempates por penáltis, incluindo no jogo decisivo.
Em 16 de junho de 1999, no Parque Antártica, em São Paulo, perante cerca de 32.000 espetadores, o conjunto paulista logrou o maior feito da sua história ao bater por 4-3 na ‘lotaria’ os equatorianos do Deportivo Cali, na segunda mão da final.
O duelo pelo título teve o primeiro capítulo no Equador e o conjunto ‘canarinho’ saiu ‘vivo’ de Cali, com um desaire por 1-0, devido a um cabeceamento certeiro de Victor Bonilla, aos 42 minutos, num jogo com outras ocasiões para os dois conjuntos.
“Não estamos satisfeitos com a derrota, mas o 1-0 ainda é um resultado que nos dá a possibilidade de dar a volta no Brasil”, afirmou ‘Felipão’, no final da primeira mão, numa altura em que os golos fora não valiam a ‘dobrar’ em caso de empate.
Em São Paulo, os locais entraram determinados, mas desperdiçaram uma série de oportunidades, a mais flagrante num cabeceamento de Alex ao lado, perante uma baliza deserta, após centro de Paulo Nunes, contratado ao Benfica.
Os paulistas continuaram a insistir na segunda parte e, aos 65 minutos, chegaram ao golo, pelo suplente Evair, de penálti. A festa durou, porém, muito pouco, pois, aos 70, Júnior Baiano fez falta na área sobre Bedoya e Martin Zapata não perdoou.
Mas, a formação da casa não se veio abaixo com o golo e voltou à vantagem no jogo aos 76 minutos, por intermédio de Óseas, que encostou na pequena área um centro da esquerda de Júnior. Até final, o Palmeiras ainda tentou evitar os penáltis, sem sucesso.
Seguiu-se o desempate, que começou da pior forma para o Palmeiras, com Zinho a atirar à barra. Pelo contrário, o Deportivo marcou o primeiro (pelo guarda-redes Dudamel), o segundo (Gavíria) e o terceiro (Yepes), com resposta de Júnior Baiano, Roque Júnior e Rogério, que viria a jogar no Sporting.
O estádio ‘pedia’ para os equatorianos atirarem para “fora” e, ao oitavo pontapé, Bedoya acertou no poste esquerdo, para, ao nono, Euler fazer com classe o 4-3 para os locais. O barulho tornou-se ensurdecedor e Zapata, que tinha marcado durante o jogo, acusou a pressão e atirou ao lado do poste esquerdo.
O Palmeiras conseguiu, assim, o primeiro título continental, e ainda único, depois de duas finais perdidas, com os uruguaios do Peñarol (0-1 fora e 1-1 em casa), em 1961, e os argentinos do Estudiantes (1-2 fora, 3-1 em casa e 0-2 no desempate, já que a diferença de golos não contava), em 1968.
Em 2000, o ‘verdão’ voltou ao jogo decisivo, como detentor do título, mas perdeu da mesma forma que ganhou, nos penáltis, com o Boca Juniors: 2-2 em Buenos Aires e 0-0 em São Paulo, onde o desempate caiu para os argentinos (4-2).
A histórica conquista de 1999 acabou em festa, depois de ter começado também com um triunfo, em 27 de fevereiro, na receção ao Corinthians, para a primeira jornada do Grupo 3. A vitória foi por 1-0, graças a um golo apontado por Arce.
O Palmeiras acabaria a primeira fase com 10 pontos, no segundo lugar, atrás dos compatriotas, com 12, e à frente de dois conjuntos paraguaios, o Cerro Porteño, que somou sete e também seguiu para os ‘oitavos’, e o Olímpia (cinco).
O ‘onze’ de Scolari venceu fora o Cerro Porteño por 5-2 no segundo jogo, com um ‘bis’ do central Júnior Baiano, que também marcou dois no terceiro, na derrota por 4-2 na casa do Olímpia, que, depois, empataria (1-1) no Brasil.
Paulo Nunes marcou no quarto jogo e também no quinto, no desaire por 2-1 no reduto do Corinthians, enquanto, no sexto, Júnior Baiano, que somou o seu quinto tento, e Arce selaram o 2-1 caseiro face ao Cerro Porteño.
Nos oitavos, o Palmeiras não começou bem, com 1-1 caseiro face aos compatriotas do Vasco da Gama, mas ‘remendou’ na segunda mão (4-2), com um ‘bis’ de Alex e tentos de Paulo Nunes e Arce.
Seguiu-se, nos ‘quartos’, o reencontro com o Corinthians, que começou com um triunfo caseiro por 2-0, com tentos de Oséas e Rogério. Na segunda mão, o ‘timão’ respondeu com o mesmo resultado, e tudo se decidiu nos penáltis.
Arce, Evair, Rogério e Zinho acertaram os quatro pontapés do Palmeiras, enquanto Dinei (à barra) e Vampeta (defesa de Marcos) falharam dois dos quatro do Corinthians, ao contrário de Freddy Rincón e Silvinho.
Nas meias-finais, os brasileiros perderam por 1-0 no Monumental Núñez, mas responderam categoricamente em casa, com um triunfo por 3-0 sobre o River Plate, selado com dois tentos de Alex, aos 17 e 88, e um de Roque Júnior, aos 19.