O Peru ganhou meritoriamente o direito de disputar, 44 anos depois, a final da Copa América em futebol, acabando com o sonho do Chile, ao vencer na quarta-feira os bicampeões em título por 3-0, em Porto Alegre.
A formação comandada pelo argentino Ricardo Gareca dominou a meia-final desde o início e já chegou ao intervalo com dois tentos de avanço, marcados por Édison Flores, aos 21 minutos, e Yoshimar Yotún, aos 38, ambos servidos pelo benfiquista Carrillo.
Sobre o final, aos 90+1 minutos, o veterano Paolo Guerrero, de 35 anos, ainda colocou a ‘cereja’ em cima da vitória dos peruanos, somando o seu 13.º golo na Copa América, para saltar para o quinto posto dos goleadores da história da prova.
O Chile, vencedor das edições de 2015 e 2016, ficou, assim, fora da corrida a um ‘tri’ só alcançado pela Argentina (1945, 1946 e 1947), num jogo em que tudo lhe correu mal e até um penálti falhou, já aos 90+4 minutos, por Eduardo Vargas.
Por seu lado, o Peru está a um triunfo de repetir 1939 e 1975, mas terá para isso de venceu domingo, no Maracanã, o anfitrião Brasil, que soma oito títulos, ganhou as quatro edições em que foi anfitrião e na fase de grupos goleou os peruanos por 5-0.
A formação peruana entrou melhor, mais determinada, e quase marcou logo aos dois minutos, com Carrillo a tabelar com Guerrero e este a isolar Cueva, que rematou mal.
Os chilenos ripostaram aos sete minutos, num remate lado de Aránguiz, servido por Beausejour, mas o Peru continuou melhor e, aos 20, adiantou-se, por Édison Flores, de pé esquerdo, após centro da direita de Cueva e desvio de cabeça de Carrillo.
A vantagem perturbou ainda mais os chilenos e reforçou a confiança dos peruanos, que ameaçaram o segundo golo aos 29 minutos, com Yotún a desperdiçar após combinação com Guerrero.
O médio do Peru não demorou, porém, a redimir-se e apontou mesmo o segundo, aos 38 minutos. Após passe longo, Carrillo correu solto pela direita, passou o guarda-redes, que saiu mal da baliza, e centrou para a entrada da área, onde Yotún dominou com o peito e rematou de pé esquerdo para a baliza ainda deserta.
Na parte final da primeira parte, o Chile ainda tentou reduzir, mas Aránguiz rematou muito ao lado, aos 43 minutos, e Fuenzalida esbarrou numa boa defesa de Gallese, aos 44.
A ‘roja’ entrou para a segunda metade com Sagal em vez de Fuenzalida e quase reduziu a desvantagem aos 51 minutos, num cabeceamento de Vargas ao poste direito, após sobrevoar Gallese, depois de um centro da direita de Aránguiz.
Em contra-ataque, conduzido pelo inevitável Carrillo, e continuado por Guerrero e Cueva, o Peru podia, porém, ter acabado com o jogo, por Yotún, aos 60 minutos.
Os peruanos não aproveitaram e, depois, ‘só deu’ Chile, que construiu e desperdiçou várias oportunidades, nomeadamente por Aránguiz (65 minutos), Beausejour (68), Vargas (72 e 75), Isla (76), Pulgar (78), Vidal (81) e Alexis Sánchez (82).
Com o tempo a esgotar-se e o resultado a manter-se, o Chile perdeu discernimento e, aos 90+1 minutos, foi o Peru que aumentou a vantagem, por Guerrero, que, isolado por Tapia, fintou Arias e atirou para a baliza deserta.
Na última jogada, já com tudo mais do que resolvido, o Chile beneficiou de uma grande penalidade, aos 90+4 minutos, mas o ‘Panenka’ de Vargas, que poderia ter chegado aos 13 golos na Copa América, ficou nas mãos de Galesse e o jogo acabou pouco depois.