I Liga: V. Guimarães – Marítimo (Declarações)

Pedro Martins (treinador do Vitória de Guimarães): "[Seria] tremendamente injusto [o Marítimo empatar no último minuto]. Foi um grande jogo de futebol, fizemos um jogo a todos os níveis de competência de qualidade, sempre apoiados pelos nossos adeptos. O jogo, em muitos momentos, teve sentido único para a baliza adversária, com a equipa sempre consistente.

É uma vitória justa, por números que poderiam ter sido diferentes. Na parte final, o Marítimo tem uma grande oportunidade, em que poderia ter empatado. Este grupo está a trabalhar muito e bem. Precisávamos deste tónico para nos dar confiança e os índices de motivação aumentarem.

Esta [exibição] é mais a realidade que vamos ter pela frente. Sabíamos que íamos ter mais dificuldades a partir do momento em que a equipa ia ser definitivamente formada. Sabíamos que a equipa ia crescer a esse nível. Mas também foi só o início. Só ganhámos um jogo e não ganhámos absolutamente nada. Ganhámos perante um adversário difícil, muito competente, muito rigoroso, que tem feito uma grande campanha.

Quando acabou o jogo, perguntei ao Jubal [sobre a expulsão], ele diz que os dois estiveram a conversar dentro do normal. Uma conversa de dois jogadores de futebol. Nada de transcendente. Mas, enfim, está tomada a decisão e temos de a aceitar."

Daniel Ramos (treinador do Marítimo): "Poderia ter acontecido [o empate], mas o Vitória foi melhor. Criou mais oportunidades, conseguiu marcar duas. Parabéns ao Vitória, porque conseguiu materializar e aproveitar mais oportunidades que nós, se bem que também as tivemos e se tivéssemos conseguido mais golos, poderíamos ter conseguido um resultado mais satisfatório para nós.

Falar de justiça é algo complexo. Quando uma equipa é pouco eficaz é penalizada, quando uma equipa é eficaz é premiada. Justiça ou não justiça prende-se muito do se concede e do que se aproveita. Sem querer estar a defender o que poderia ter acontecido, o 2-2 na parte final, o Vitória também teve oportunidades para fazer o 3-1 ou 2-0. Independentemente disso, é perceber o que aconteceu no jogo e melhorarmos.

Fomos prejudicados nesse momento [das expulsões de Jubal e de Zainadine]. Estávamos equilibrados. Ao intervalo, tínhamos percebido o que tínhamos de fazer. O Vitória, nessa altura, estava a ter posse, mas com dificuldades nesses minutos. Fomos prejudicados, porque ficámos sem um jogador valioso, que coordena a linha defensiva. Tentámos modificar, tentámos mexer nalgumas posições. Acabou por não ser bom para nós.

Não consigo compreender [as expulsões]. Há uma troca de palavras entre dois jogadores e saem dois jogadores expulsos. Isto é futebol e faz parte. Um árbitro pode ter um desabafo, um jogador e um treinador podem ter um desabafo. Quando ações destas ocorrem em quase todos os jogos. Não consigo perceber como é que dois jogadores à distância, que trocam palavras, são expulsos.

O árbitro toma uma decisão, é soberano e agora recorremos a quem? Fico sem o jogador no jogo contra o Benfica e, se calhar, no seguinte. E os plantéis não abundam. Temos um conjunto de jogadores lesionados e ficámos privados de peças importantes. Não é só neste jogo que fomos prejudicados, mas também nos próximos. Não somos uma equipa indisciplinada, somos uma equipa correta. Reconheço que perdemos de forma justa, agora não consigo é perceber que isto perturbe o jogo e nos prejudique como prejudicou aqui hoje."