I Liga/Balanço: 'Encarnados' invictos e 'reis' também entre os 'grandes'

Depois de na época transata terem perdido três dos quatros jogos, triunfando apenas no último (1-0 em Alvalade), decisivo para o ‘tri’, os comandados de Rui Vitória lograram, desta vez, pontuar em todos, sendo que em três jogavam a liderança.

Nas receções a Sporting (2-1, à 13.ª jornada) e FC Porto (1-1, à 27.ª), o Benfica perdia automaticamente o comando para o rival direto em caso de derrota e, em Alvalade (1-1, à 30.ª), corria o risco de, perdendo, o ceder aos ‘dragões’, se estes, no dia seguinte, batessem em casa o Feirense.

Os ‘encarnados’ responderam sempre da melhor forma, com resultados que lhe garantiram a manutenção na liderança do campeonato, isto após uma estreia promissora e feliz entre ‘grandes’, com um empate 1-1 no Dragão, graças a um tento do argentino Lisandro López nos descontos.

Como os embates entre Sporting e FC Porto acabaram ambos com triunfos caseiros por 2-1, os ‘dragões’ fecharam em segundo o campeonato entre ‘grandes’, com cinco pontos, enquanto o Sporting foi terceiro, com quatro.

Em termos globais, os seis jogos foram pautados pelo equilíbrio, com três triunfos pela margem mínima (todos 2-1) e outras tantas igualdades a um golo, sendo que não se registam vitórias fora e apenas um jogador apontou dois tentos, o portista Soares, ao ‘bisar’ na receção aos ‘leões’.

As formações que atuaram como visitantes não venceram e só lideraram seis minutos, o tempo que o argelino Slimani, em dia de despedida do Sporting, rumo ao Leicester, necessitou para ‘anular’, aos 14, o tento inicial do central brasileiro Felipe, reforço dos portistas, aos oito.

Foi no primeiro jogo entre os três ‘grandes’, logo à terceira jornada, a 28 de agosto de 2016, em Alvalade, e em jogo estava a liderança, que Sporting e FC Porto repartiam e acabou por ‘tombar’ para os ‘leões’, que chegaram ao 2-1 com um tento do ‘emergente’ Gelson Martins, aos 26 minutos.

Os ‘leões’ terminaram a terceira ronda isolados na liderança, com nove pontos, mais dois do que Benfica, Vitória de Setúbal e Sporting de Braga, os três segundos colocados.

O segundo embate aconteceu à 10.ª ronda, depois de o campeonato dar grande volta: o Benfica chegou ao Dragão na liderança, cinco pontos à frente de FC Porto e Sporting de Braga e sete face ao Sporting.

Os ‘dragões’ precisavam de vencer e adiantaram-se aos 50 minutos, por Diogo Jota, que chegou a ser apontado ao Benfica e acabou emprestado aos portistas pelo Atlético de Madrid.

A formação de Nuno Espírito Santo foi segurando a vantagem, mas, nos descontos, aos 90+2 minutos, Herrera cedeu desnecessariamente um canto, do qual nasceu o tento de Lisandro López, de cabeça, servido por André Horta.

Com este resultado, o Benfica manteve-se como a única equipa invicta, com mais cinco pontos do que os rivais FC Porto e Sporting.

Três jornadas depois, realizou-se o último embate entre ‘grandes’ na primeira volta, numa altura em que o cenário mudara, já que, derrotado no terreno do Marítimo, o Benfica só liderava com mais dois pontos do que o Sporting.

A 11 de dezembro, a liderança estava, assim, em jogo na Luz, no primeiro dérbi da época.

O Benfica adiantou-se aos 24 minutos, num contra-ataque finalizado pelo argentino Salvio, a passe de Rafa, e, no início da segunda parte, o mexicano Raúl Jiménez aumentou a vantagem de cabeça, após cruzamento de Nelson Semedo.

Aos 69 minutos, o holandês Bas Dost ainda reduziu, após centro da esquerda do costa-riquenho Joel Campbell, mas o ‘onze’ de Rui Vitória venceu e reforçou a liderança, quatro pontos à frente do FC Porto e cinco do Sporting.

O quarto embate entre ‘grandes’ e o primeiro da segunda volta ocorreu à 20.ª jornada, com o Sporting a deslocar-se ao Dragão já muito atrasado na corrida ao título, a seis pontos do FC Porto e sete do líder Benfica.

Em estreia pelos portistas, o brasileiro Soares, contratado em janeiro ao Vitória de Guimarães, foi a grande ‘estrela’ do jogo, ao marcar dois golos, aos seis e 40 minutos, perante um Sporting “sem guião” na primeira parte.

Na segunda metade, Alan Ruiz, entrado ao intervalo, ainda reduziu, aos 60 minutos, mas o FC Porto, com a ajuda de uma preciosa defesa de Casillas a terminar, segurou a vantagem e deixou, em definitivo, o campeonato numa luta a dois.

A diferença entre Benfica e FC Porto continuou em um ponto e assim se manteve até ao clássico da ronda 27, que foi apelidado de ‘jogo do título’, mas nada decidiu.

Na Luz, os ‘encarnados’ adiantaram-se logo aos sete minutos, num penálti de Jonas, mas, no início da segunda parte, aos 49, o ex-benfiquista Maxi Pereira fez o 1-1, que se manteve até final, novamente com ‘selo’ Casillas.

Os ‘encarnados’ seguraram a liderança, que reforçaram na ronda 29, precisamente na véspera da deslocação a Alvalade, onde chegaram três pontos à frente do FC Porto e oito do Sporting, que, entretanto, se aproximou.

Os ‘leões’ adiantaram-se logo aos cinco minutos, num penálti de Adrien, após erro de Ederson, mas, aos 66, um livre direto de Lindelöf permitiu ao Benfica assegurar a manutenção do primeiro lugar, que ficaria em risco com um desaire.

O conjunto da Luz saiu do dérbi na liderança e jamais a perdeu, acabando por selar o título, o tetra, a uma ronda do fim, com uma goleada caseira ao Vitória de Guimarães (5-0).