Primeira Liga: Tondela - Marítimo (declarações)

Petit (treinador do Tondela): “Não é fácil entrar no jogo a perder 1-0, depois 2-0, dois golos consentidos. Não fizemos uma boa primeira parte, mas o golo madrugador do Marítimo abanou um pouco a nossa equipa. Mas, mesmo assim, a equipa lutou, trabalhou e conseguiu chegar aos 2-1.

Na segunda parte, retificámos algumas coisas, mudámos alguns jogadores, conseguimos mudar de 1-2 para 3-2 e, no período de descontos, sofremos o 3-3 e o 3-4, com dois golos com culpa da nossa parte. O Marítimo faz quatro remates, três golos e consegue dar a volta. Podíamos ter feito melhor.

Os erros individuais penso que foi mais em termos defensivos, o nosso guarda-redes, um guarda-redes experiente, que hoje não esteve feliz e a equipa ressentiu-se disso, um pouco intranquila em termos defensivos, mas ainda conseguimos reagir e colocarmo-nos em vantagem a cinco minutos do fim. Depois, numa bola para área e ressalto deu o 3-3 e depois a equipa aí foi abaixo animicamente e sofreu o 3-4, a jogar contra 10 jogadores.

Este é o trabalho que escolhi, depois de jogador ser treinador. Há momentos assim, não é só quando ganhamos que temos de sorrir e ter força. Temos de ser os primeiros a levantarmo-nos de manhã cedinho e vir para aqui com o mesmo entusiasmo que entrei no primeiro dia.

Sabia que não ia ser um desafio fácil, mas acreditei e continuo a trabalhar da mesma forma, confio nas minhas capacidades. Quando entrei, as coisas já não estavam fáceis. Apanhei uma equipa em baixo animicamente, com cinco pontos. Mas, há que continuar a honrar e dignificar a camisola.

Hoje, acreditámos que podíamos ter os três pontos. A sorte também não tem estado connosco. Temos cometido alguns erros, mas temos de continuar de cabeça levantada”.

Nelo Vingada (treinador do Marítimo): “Foi um jogo típico de duas equipas que estão em dificuldade, muito tensas, mais nervosas do que o jogo aconselharia.

Entrámos praticamente a ganhar e, logo a seguir, houve um remate do Edgar (Costa) que o guarda-redes defendeu muito bem, mas logo a seguir fizemos o 2-0. Não vou dizer que se justificava estarmos a ganhar 2-0, mas tínhamos pelo menos até aos 39 minutos o controlo do jogo.

O 2-1 do Tondela deu um certo ‘élan' à equipa. Não jogando bem nenhuma das equipas na segunda parte, mas confesso que tínhamos também um jogo de alguma forma, não dominado, mas controlado, até à expulsão do Edgar (Costa), sem lances iminentes de perigo.

A expulsão alterou as coisas, tornou mais possível o Tondela acreditar. Fez 2-2, fez 3-2, num lance muito consentido pela nossa defesa. A perder, metemos mais um avançado e não é normal, depois de estar a jogar com 10 e já nos descontos, empatar e ganhar o jogo, mas o futebol tem este aliciante.

Não me custa reconhecer que, marcando os golos como marcámos e em inferioridade numérica e já nos descontos, não deixa de ser também alguma felicidade, num jogo que não foi muito bem jogado, pois tanto o Tondela como o Marítimo podem jogar mais do que apresentaram hoje. A coisa bonita foi que houve sete golos e isso é sempre entusiasmante para os espetadores.

É um tónico importante para o Marítimo, que não ganhava há algumas (cinco) jornadas. Espero que esta vitória possa marcar definitivamente uma viragem na senda dos bons resultados. Hoje, disse aos jogadores que não queria saber da exibição, mas do resultado e o melhor que levamos daqui são os três pontos. Se terminasse empatado, se calhar não era injusto.

O Edgar (Costa) estava a ser um jogador correto, sem faltas, mesmo estando adiantado dois metros, às vezes uma palavra de bom senso com o jogador pode ser suficiente para evitar estas situações. Vamos deixar o árbitro em paz e tranquilo, não porque ganhei, porque já perdi em outras alturas, mas já não vale a pena”.