O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu hoje que uma reforma profunda na FIFA “pode ser dolorosa, mas é absolutamente necessária”.
"Nós sabemos, por experiência própria, que por tudo sobre a mesa pode ser doloroso, mas é absolutamente necessário. Vimo-lo na nossa história. O COI só conseguiu restaurar a sua credibilidade fazendo isso”, declarou Thomas Bach à imprensa, à margem de uma reunião da comissão executiva do movimento olímpico em Lausana (Suíça).
O presidente do COI referia-se ao escândalo que afetou a instituição que preside, relativo à troca de votos por subornos para entregar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002 à cidade norte-americana de Salt Lake City.
Ainda assim, Thomas Bach foi taxativo ao diferenciar a magnitude dos escândalos, considerando o da FIFA, que levou o presidente, Joseph Blatter, à demissão, muito mais grave.
“A diferença na amplitude é enorme, não há praticamente nenhuma comparação com o que aconteceu com Salt Lake City e com o que está a acontecer na FIFA”, reforçou.
O máximo responsável do COI assumiu que a única posição que a entidade que dirige pode tomar é encorajar a FIFA a empreender uma reforma “substancial”.
Blatter, membro do COI, deverá estar ausente, na terça-feira, na apresentação aos membros do movimento olímpico das candidaturas de Pequim (China) e Almaty (Cazaquistão) aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
Na terça-feira, Joseph Blatter demitiu-se da presidência da FIFA, na sequência do escândalo de corrupção que abala o organismo máximo do futebol, e pediu a marcação de um congresso extraordinário para eleição de um sucessor.
A sua renúncia aconteceu seis dias depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter indiciado nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
A acusação foi conhecida horas depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido sete dirigentes da FIFA na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições.