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Ucrânia: Nuno Pinto conta experiência na Crimeia e procura novo clube

O futebolista português Nuno Pinto viveu experiência marcante na Crimeia, ao serviço do clube ucraniano Tavriya Simforopol, durante os acontecimentos que culminaram com a anexação do território pela Rússia, e procura agora clube para retomar a carreira.

Ucrânia: Nuno Pinto conta experiência na Crimeia e procura novo clube

“Foi complicado porque estive sem receber desde fevereiro até maio, altura em que terminou o campeonato ucraniano, e quando o conflito eclodiu passei a viver no centro de estágio do clube, onde tinha comida e alojamento, porque não me pagavam”, contou Nuno Pinto, que partilhou a experiência com outro jogador português, David Caiado, atualmente no Vitória de Guimarães.

O centro de estágio situava-se a cerca de dez quilómetros do centro de Simforopol, capital da Crimeia, de onde Nuno Pinto e David Caiado não saíam por causa do conflito, mas o pior era quando o Tavriya se deslocava a outros pontos do território ucraniano para os jogos do campeonato.

“Quando jogávamos fora era complicado porque íamos de autocarro para os locais dos jogos e tínhamos de passar a fronteira da Crimeia para a Ucrânia, para lá e para cá. Éramos barrados pelos ucranianos e pelos russos, sempre com um grande aparato militar, com tanques, homens armados até aos dentes e com a cara tapada. Não foi fácil”, referiu.

Apesar de não receber desde janeiro, Nuno Pinto continuou a jogar no Tavriya até meados de maio, altura em que terminou o campeonato, mas não fez o último jogo porque vira o quarto cartão amarelo e regressou mais cedo a Portugal.

“Essa viagem, que fiz no carro do médico do Tavriya, que veio comigo, também foi uma aventura, porque uma coisa é viajar no autocarro da equipa, outra em viatura particular. Não foi fácil chegar a Kiev, de onde viajei para o Porto, com tantos pontos de controlo militares que tivemos de passar”, recordou Nuno Pinto, que mais tarde receberia autorização do clube para permanecer em casa face à evolução dos acontecimentos na Crimeia.

O ex-jogador do Boavista e Nacional tentou rescindir contrato, mas os responsáveis do Traviya recusaram e o seu certificado internacional ficou retido na federação ucraniana, o que o impediu de arranjar clube no início da corrente época, mas, neste momento, a situação administrativa já está regularizada.

Há seis meses sem jogar, Nuno confessa não estar nas melhores condições físicas, mas espera arranjar clube em janeiro, na reabertura de mercado.

“Tive alguns contactos de clubes de Chipre interessados nos meus serviços, mas de Portugal ninguém me procurou. Estou há meio ano sem jogar e isso é um obstáculo quando falam comigo. Não perdi qualidades, só preciso de readquirir o nível físico, o que conseguirei em pouco tempo”, garantiu.

Com 28 anos, o lateral e médio esquerdo, que alinhou em clubes como Vilanovense, Boavista, Trofense e Nacional, além de duas épocas em que representou o Levski Sófia, da Bulgária, espera prosseguir a sua carreira, “de preferência em Portugal”, tal como o seu ex-colega de equipa, David Caiado, que faz hoje parte do quadro de profissionais do Vitória de Guimarães.

Entretanto, Nuno Pinto avançou com um processo na FIFA para receber os quatro meses de salário que não lhe foram pagos, mas o organismo que dirige o futebol mundial respondeu e fez saber “que não podia fazer nada enquanto o Tavriya Simforopol não estiver a competir”, como acontece atualmente.

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