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Mundial-2006: Itália eficaz e pragmática selou "tetra" na "lotaria"

A Itália, que tinha perdido a final de 1994 nas grandes penalidades, ganhou a edição de 2006 da mesma forma, na Alemanha, conquistando o seu quarto título mundial de futebol, depois de 1934, 38 e 82.

Mundial-2006: Itália eficaz e pragmática selou "tetra" na "lotaria"

Doze anos depois, os transalpinos “vingaram-se” do Brasil na França, num desempate em que não falharam um único pontapé (5-3), um espelho de um percurso marcado pela eficácia e pragmatismo, sempre com o resultado a prevalecer ao espetáculo.

Foi o Mundial de Fábio Cannavaro, o “capitão” italiano e melhor jogador do ano, e também de Marco Materazzi ou Gianluigi Buffon, mais do que o dos jogadores de classe, embora também tenha havido espaço para o brilho de Andrea Pirlo ou do francês Franck Ribery.

Numa prova dominada pela Europa, que monopolizou as meias-finais - ainda com a anfitriã Alemanha e, 40 anos depois, Portugal –, os germânicos transformaram a prova numa grande festa e voltaram a exibir orgulhosamente os seus símbolos, só não evitando a pior média de golos de sempre.

Sem deslumbrar, os italianos passaram a primeira fase com facilidade, superaram com polémica os “oitavos”, face à Austrália (1-0), arrasaram a Ucrânia nos “quartos” (3-0) e, antes da final, venceram os anfitriões, que já sonhavam com o cetro, com dois tentos sobre o final do prolongamento (2-0).

Em Berlim, na final, a França, que havia afastado Espanha (3-1 nos “oitavos”), Brasil (1-0 nos “quartos”) e Portugal (1-0 nas “meias”), chegou mesmo a estar a vencer, com um golo de Zinedine Zidade, num penálti à “Panenka”, que beijou a barra e quase não entrou, logo aos sete minutos.

Mas, aos 19 minutos, na sequência de um canto, Materazzi (titular face à lesão de Alessandro Nesta) empatou, de cabeça, a “arma” que bem mais tarde, aos 110, Zidane usou para agredir - alegadamente em resposta a palavras - o central transalpino, terminando da pior forma possível uma notável carreira.

A França acabou por cair na “lotaria” (3-5), desempate em que apenas David Trezeguet falhou, ele que em 2000 havia dado o Europeu aos gauleses, com um “golo de ouro”, precisamente numa final com os italianos.

No último lugar do pódio, ficou a Alemanha, prémio mais do que justo para uma seleção que honrou o magnífico público que a apoiou, após bater Portugal por 3-1, mesmo com Miroslav Klose, o melhor marcador da prova (cinco golos), em “branco”.

Quatro anos depois de ter levado o Brasil ao “penta”, Luiz Felipe Scolari conduziu ao quarto lugar a equipa das “quinas”, derrotada pela terceira vez numa meia-final pelos gauleses, depois de duas inesquecíveis “batalhas”, com a Holanda (1-0) e a Inglaterra (3-1 na “lotaria”, após 120 minutos sem golos).

No que respeita às seleções “forasteiras”, o Brasil, com Ronaldo a marcar três golos e a ultrapassar o alemão Gerd Muller como melhor marcador da história (15 contra 14), e a Argentina foram as únicas a atingir os “quartos”.

Apenas mais quatro formações fora do “velho continente” passaram a fase de grupos, duas com surpresa, o Equador, que, no Grupo A, ficou à frente de Polónia e Costa Rica, e a Austrália, que, no F, deixou para trás a Croácia e o Japão.

Por seu lado, o Gana salvou a “face” de África, que perdeu na primeira fase Angola (boa estreia, com dois empates e apenas uma derrota, face a Portugal), Costa do Marfim, Togo e Tunísia, enquanto o México representou a CONCACAF.

Destaque ainda para as atuações da Suíça, que, sem perder, caiu nos “oitavos”, na “lotaria”, face à Ucrânia, a melhor das seis estreantes – número mais elevado desde o Mundial de 1934 (10) -, liderada por Andrei Shevchenko.

Pela negativa, o péssimo registo da Sérvia e Montenegro, que sofreu três derrotas e foi humilhada pela Argentina (0-6), e as prematuras eliminações de checos e croatas.

Em termos de formato, a primeira fase manteve-se com oito grupos de quatro, rumando os dois primeiros classificados à fase a eliminar, da qual desapareceram os “golos de ouro”.

A prova, presenciada por mais de 3,3 milhões de espetadores (52.491 de média), realizou-se de 09 de junho a 09 de julho, em Berlim, Colónia, Dortmund, Frankfurt, Gelsenkirchen, Hamburgo, Hanover, Kaiserslautern, Leipzig, Munique, Nuremberga e Estugarda.

Em matéria de golos, registou-se a pior média de sempre a 32 seleções (2,30), face aos 147 marcados em 64 jogos, contra os 161 de 2002 e os 171 de 1998. Ainda assim, deu para superar os 2,21 de 1990.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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