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Guebuza diz que Mário Coluna entrou na história do desporto de Moçambique

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, considerou hoje que o antigo jogador do Benfica Mário Coluna, "com o seu esforço e dedicação", tem "o direito de figurar nos anais da história do desporto de Moçambique".

Guebuza diz que Mário Coluna entrou na história do desporto de Moçambique

Guebuza falava no salão nobre do Conselho Municipal de Maputo, a autarquia da capital moçambicana, durante o velório de Mário Coluna, que ali morreu na terça-feira, aos 78 anos, vítima de infeção pulmonar.

Moçambique cumpre hoje um dia de luto nacional em memória do antigo jogador, que foi selecionador de Moçambique, dirigente desportivo e deputado à então Assembleia Popular, depois de ter passado 16 épocas no Benfica (1954 a 1970), durante as quais representou também Portugal, nomeadamente na conquista do terceiro lugar no Mundial de 1966.

O país organizou-lhe um funeral de Estado, no qual estiveram presentes os principais dirigentes de Moçambique e uma delegação do Benfica, chefiada pelo seu presidente, Luís Filipe Vieira, e que integrava 16 jogadores de várias gerações como Artur Santos, António Simões, José Augusto, Mário João e Mantorras, entre outros.

Humberto Coelho, tal como Coluna, antigo capitão dos "encarnados", representou a Federação Portuguesa de Futebol, de que é um dos vice-presidentes.

"Mário Coluna esteve sempre disponível para orientar e aconselhar os mais novos", recordou o chefe de Estado moçambicano, que disse partilhar com a família do antigo jogador "a dor e a saudade" pelo seu desaparecimento.

Falando aos jornalistas, o antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano realçou o "patriotismo" de Coluna, conhecido nos meios futebolísticos como "monstro sagrado".

"Das grandes vedetas do desporto moçambicano, só ele fez o que fez: voltar a Moçambique, vivendo em condições precárias. Talvez pudesse ter sido de outra maneira se tivesse ficado em Portugal, mas ele preferiu estar aqui", lembrou Chissano.

Também o presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Feizal Sidat, evocou os 34 anos de presença de Mário Coluna no país, após a sua carreira na Europa, considerando que se se tratou de um "exemplo" para as novas gerações.

"O que ele sempre quis foi que a seleção de Moçambique fosse uma das melhores de África e do mundo, e por isso se pautou pela área da formação", disse Sidat, que sucedeu a Coluna no cargo federativo.

O moçambicano Augusto Matine, antigo companheiro do "monstro sagrado" no Benfica e na seleção portuguesa, recordou o respeito que sentia pelo seu antigo capitão, a quem nunca tratou pelo nome.

"O senhor Coluna era um dos jogadores do Benfica que nós, os colegas, não conseguíamos chamar pelos nomes", recordou Matine.

"E a liderança do Mário Coluna não era imposta, pelos adversários, pelos árbitros, ou pelos companheiros, era assente, naturalmente", disse o antigo jogador.

De uma outra geração, mas também já afastado dos relvados, o angolano Pedro Mantorras, recordou que Coluna "estava sempre preocupado com o futebol africano" e disse que a sua carreira constitui "um exemplo para a juventude moçambicana".

Como técnico do Textáfrica, Mário Coluna venceu, em 1976, o primeiro campeonato realizado em Moçambique, e repetiu o título com o Ferroviário de Maputo, que hoje esteve presente no velório com a sua equipa principal, treinada pelo português Vítor Pontes.

"Entendemos que era nossa obrigação marcar presença como última homenagem àquele que foi uma das grandes figuras do desporto moçambicano", justificou.

Após o velório, o corpo de Mário Esteves Coluna seguiu para o cemitério da Llanguene, onde foi enterrado, com honras militares.

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