Crónica: Rio Ave elimina Benfica da Taça com golo no prolongamento

O golo do avançado dos vila-condenses, que acabou por fazer a diferença, surgiu aos 94 minutos, desfazendo a igualdade com que se registou no final do tempo regulamentar, em que Jonas, aos 36 e Luisão, aos 86, apontaram os tentos do Benfica, e Lionn e Rúben Ribeiro, marcaram para os vila-condenses, aos 47 e 62, respetivamente.

Os vila-condenses conseguiram, assim, a sua primeira vitória da história sobre o Benfica em jogos da Taça de Portugal, afastando da competição o detentor do troféu.

As duas equipas encararam com ambição esta competição, com ambos os técnicos a não fazerem poupanças nesta partida, apresentando os seus maiores trunfos nos 'onze', algo que se fez sentir na intensidade e ritmo do desafio.

Os vila-condenses até entraram com mais embalo na partida, querendo assumir a iniciativa, perante uma Benfica mais na expectativa e criando, logo aos quatro minutos, a sua primeira oportunidade, num livre de João Novais, que Bruno Varela defendeu.

Apesar do atrevimento dos locais, os comandados de Rui Vitória não se atemorizaram e, sempre que imprimam alguma velocidade, conseguiam criar roturas na defensiva do Rio Ave.

Além de dois remates perigosos de Cervi e Sálvio, a melhor oportunidade para os lisboetas surgiu num desvio de Marcelo, a um cruzamento de Pizzi, que fez a bola bater no poste da baliza de Cássio.

Com estes lances, o Benfica foi ganhando confiança, e a partir da meia-hora já dominava o encontro, perante um Rio Ave que se ia encolhendo e sentindo dificuldades para lançar os seus contra-ataques.

Acabou, por isso, por não surpreender que fossem os visitantes a inaugurar o marcador, já aos 36 minutos, num belo remate, de primeira, de Jonas, após cruzamento de André Almeida, que fixou o 1-0 que se manteve até ao intervalo.

A resposta do Rio Ave surgiu logo após o descanso, e de forma eficaz, quando Lionn, dois minutos após o reatamento, restabeleceu o empate, depois de uma perda de bola do benfiquista Cervi, que Geraldes capitalizou para assistir para o golo.

O tento do empate destabilizou o Benfica, que demorou a acertar a estratégia para se adaptar à igualdade, embora ainda tenha ameaçado o recuperar da vantagem, num remate de André Almeida, que Cássio segurou.

Do outro lado, o Rio Ave crescia animicamente, e também em presença na área contrária, conseguido, já depois da hora de jogo, consumar a reviravolta no marcador.

Rúben Ribeiro, em jogada individual, ludibriou três adversários já na área do Benfica e, com um remate em arco, fixou o 2-1, aos 62 minutos.

Obrigado a ir atrás do prejuízo, o Benfica teve de se 'esticar' para contrariar o jogo de maior posse do Rio Ave, e, paulatinamente, foi voltando a ganhar mais presença na área contrária.

No entanto, só aos 83 minutos as 'águias' tiveram a melhor oportunidade para recuperar o empate, após falta de Nélson Monte sobre Jonas, para grande penalidade, que o próprio avançado brasileiro se encarregou de apontar, mas viu o seu remate ser travado com grande defesa de Cássio.

No entanto, a festa da formação vila-condense pela intervenção do seu guarda-redes não viria a durar mais do que três minutos, porque, aos 86, o Benfica recuperou a igualdade, com um desvio precioso de Luisão na sequência de um canto, forçando o jogo a ir para prolongamento.

Nesse tempo extra, os 'encarnados' não puderam contar com Luisão, que se lesionou nos descontos, e deixou a equipa reduzida a dez elementos, uma vez que Rui Vitória já tinha feito todas as substituições.

Talvez a aproveitar essa debilidade, o Rio Ave entrou melhor no prolongamento e, aos 94, voltou para frente do marcador, chegando ao 3-2 com um golo de Guedes, que aproveitou um desvio num adversário, após um primeiro remate de Barreto.

O Benfica ainda tentou contrariar a desvantagem, mas até ao final não mostrou suficiente coerência ofensiva para conseguir ambicionar algo mais, perante um Rio Ave que fechou bem os caminhos para a sua baliza.