FC Porto-Benfica: Brahimi, classe-extra num Dragão transfigurado na atitude

O médio criativo de 27 anos é imprescindível no líder do campeonato, que tem transpirado atitude conquistadora, pois, além de ter renascido em termos de raça e entrega, também confere à equipa o toque de magia necessário quando o músculo não basta para ultrapassar obstáculos.

Aos olhos dos amantes do futebol-espetáculo, o internacional argelino é o solista - talvez com características ímpares na Liga portuguesa - que faz o setor ofensivo portista funcionar, exponenciando as suas opções rumo às balizas adversárias, mesmo que por vezes se perca em lances de individualismo excessivo.

Com quatro golos marcados, a apenas dois do seu mais eficaz registo em Portugal, em 2016/17, e muitos outros criados pela sua imprevisibilidade, Yacine Brahimi tem sido determinante na produtividade do FC Porto, com 31 tentos a perfazerem o mais produtivo ataque da prova, mais dois do que o Benfica e cinco do que o Sporting.

Se Aboubakar e Marega, os dois melhores marcadores dos azuis e brancos, com nove e oito golos, respetivamente, são ambos puro musculo e entrega, a verdade é que ambos revelam algumas limitações técnicas, área ‘compensada’ pela irreverência e imprevisibilidade de Brahimi, grande municiador dos avançados.

Diferenciador nato, empresta classe extra a um Dragão nem sempre distinguido pela nota artística, antes pelo seu crer e querer, os mesmos que o ajudaram a dominar o campeonato português durante mais de três décadas, interrompidas com o tetra do Benfica.

O êxito atual do FC Porto tem outros nomes, como o trinco Danilo – sozinho ‘carrega’ o meio campo – a dupla de centrais Felipe/Marcano e os ‘panzers’ Aboubakar e Marega.

O ‘patrão’ Felipe e Marcano têm sido igualmente fundamentais no sucesso, ajudando à mais sólida defesa da competição, com apenas cinco golos sofridos, contra oito dos grandes rivais de Lisboa.