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Ulisses Morais compara 'dobradinha' na Malásia aos títulos no Estoril-Praia

O treinador de futebol português Ulisses Morais disse hoje que vive na Malásia um dos momentos mais altos da carreira, após a ‘dobradinha’ com o Johor, só comparável aos títulos da II Liga e II Divisão no Estoril-Praia.

Ulisses Morais compara 'dobradinha' na Malásia aos títulos no Estoril-Praia

Ulisses Morais, de 57 anos, entrou para o restrito clube de treinadores que venceram o campeonato e a Taça da Malásia e comemorou o feito de forma efusiva com uma coreografia improvisada com os adeptos, que se tornou virar na Internet.

“É um momento único. Ganhar dois títulos que são importantíssimos em qualquer parte do mundo, deixa-me extraordinariamente feliz e orgulhoso”, adiantou à Lusa Ulisses Morais, sem esquecer outros momentos igualmente marcantes.

A passagem pelo Estoril-Praia, com a conquista dos títulos de campeão da II divisão, na época de 2002/03, e da II Liga, em 2003/04, com a consequente subida à I Liga, foi um dos momentos que Ulisses Morais assinalou como um ponto marcante da sua carreira.

“O Estoril-Praia foi um desafio grande a todos os níveis. Com objetivos definidos e que foram alcançados com títulos. Fomos campeões dois anos seguidos, na II divisão e II Liga. Foram dois anos fantásticos até chegar à I Liga, num projeto estruturado a quatro anos”, defendeu.

Para o sucesso do Estoril-Praia, o treinador Ulisses Morais recordou a “estrutura forte e conhecedora” que liderava na altura o clube, e na qual imperava a trio formado por José Veiga, Manuel Damásio e António Figueiredo.

“Este momento é único. Nunca tinha sido campeão (da I Divisão), nem ganho a Taça no meu país”, considerou Ulisses Morais, salvaguardando as diferenças e as oportunidades para isso acontecer, uma vez que nunca treinou um clube dito grande, em Portugal, e o Johor é o principal candidato na Malásia.

Na Malásia, apesar das diferenças e das dificuldades de adaptação, aos mais variados níveis, Ulisses Morais encontrou um clube com condições e estrutura ao nível dos europeus e com capacidade para abraçar um projeto com tranquilidade e qualidade.

“Há diferenças substanciais. Não vou dizer que é fácil, porque cá é tudo diferente, mas tudo o que é diferente também tem coisas diferentes para bastante melhor. Houve coisas que me surpreenderam pela positiva e outras que me custou a adaptar em virtude da cultura, dos hábitos e dos costumes”, considerou.

Para além das diferenças sociais, culturais e religiosas, também o clima, com “quatro estações do ano no mesmo dia e temperaturas de 30 graus”, e a alimentação, “picante e condimentada”, foram obstáculos difíceis de superar.

“Ao nível religioso, as diferenças são muitas. Para eles a religião é como para nós o respirar. Abdicam de tudo, inclusive do treino, para rezar, quando assim o exige, estejam onde estiverem. Temos que nos adaptar e respeitar”, explicou.

O treinador português destacou a forma como o futebol é vivido na Malásia, país em que “os jogadores e treinadores são tratados como ídolos pelos adeptos”, e em que os jogos são encarados como espetáculos.

“Na Malásia, são fanáticos pelo futebol, como nós, mas com cordialidade”, disse Ulisses Morais, acrescentando que no final na Taça até ele, com alguma surpresa, foi envolvido emocionalmente nos festejos com os adeptos, daí o vídeo viral da coreografia.

Tido como um treinador que habitualmente esconde as emoções, que oculta o que vai na alma, Ulisses Morais foi contagiado na conquista da ‘dobradinha’ e correu a comemorar com os adeptos do Johor, brindando-os com uma improvisada coreografia.

“Até me surpreendeu a mim. Gritavam o meu nome, mais de meia hora após o final do jogo, e acabei por ter que responder e interagi emocionalmente com os adeptos”, explicou à Lusa, acrescentando que não vai ter muito tempo para descansar.

O próximo passo é a participação na Liga dos Campeões asiática, o que constitui um desafio novo para o treinador português. O regresso do Johor ao trabalho acontece a 18 de dezembro e o primeiro jogo a 23 de janeiro de 2018.

“(A Taça dos Campeões asiática) É um desafio que nos arrasta e provoca. É algo que ainda não tenho no meu currículo”, referiu Ulisses Morais, que, depois de um curto período de férias em Portugal, irá passar o Natal e o Ano Novo na Malásia.

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