Crónica: Golo de Jonas não apaga mais uma exibição ‘apagada’ do Benfica

Em vésperas da deslocação decisiva a Manchester, que poderá ditar o futuro nas competições europeias, os tetracampeões nacionais voltaram a exibir todos os defeitos evidenciados ao longo desta época, acabando por se salvar graças ao golo de Jonas na primeira parte (11 minutos).

O triunfo coloca os 'encarnados' com os mesmos pontos do Sporting, que hoje joga em Vila do Conde, e a dois do líder FC Porto, que no sábado defronta o Boavista, no Bessa.

Após o regresso às vitórias no campeonato, frente ao Desportivo das Aves, Rui Vitória obedeceu à máxima de que 'em equipa que ganha não se mexe' e repetiu o 'onze' da Vila das Aves, promovendo o terceiro jogo seguido do jovem Diogo Gonçalves entre os titulares e deixando Pizzi novamente no banco.

O lugar do internacional português voltou a ser ocupado por Filipe Augusto, que continua sem convencer as 'bancadas' da Luz, dada a pouca acutilância que imprime ao jogo. Contudo, o médio brasileiro não foi o único a estar abaixo do que é exigido a uma equipa 'grande', tendo em conta que o coletivo benfiquista foi quase uma nulidade durante todo o encontro.

Perante um Feirense que se apresentou sem quaisquer receios, a produção ofensiva do Benfica foi efémera e durou pouco mais de 10 minutos, coincidindo precisamente com a subida qualitativa dos 'fogaceiros', que não precisaram de muito tempo para perceber o que tinham de fazer para condicionar a construção das 'águias': pressionar Luisão e Filipe Augusto.

Contudo, nesta altura, o Benfica já se tinha adiantado no marcador, com um tento do inevitável Jonas, que, segundos antes, tinha ameaçado a baliza de Caio Seco, obrigando o guardião a fazer uma intervenção de grande nível.

Os visitantes foram se aproximando da baliza de Svilar e só não chegaram ao empate à passagem dos 20 minutos, porque o central Flávio Ramos não deu a melhor sequência a uma investida de Jean Sony pela direita.

A exibição 'fria' do Benfica, baseada em improvisos das individualidades, ia deixando os mais de 47.000 espetadores impacientes e, aos poucos, começaram a soar os primeiros assobios, perante a incapacidade da formação comandada por Rui Vitória em impor-se afirmativamente no seu reduto.

A cinco minutos do intervalo, Svilar foi chamado a intervir para desviar um remate traiçoeiro de Etebo, enquanto, no lado contrário, Jonas teve o 'bis' à sua mercê, mas rematou por cima do alvo.

Se na primeira parte o Feirense mostrou que podia causar problemas às 'águias', mais evidentes ficaram as intenções dos visitantes no arranque da segunda parte, desde logo com Tiago Silva a colocar Svilar em 'sentido', com um pontapé fortíssimo.

A resposta do Benfica surgiu pelos pés do 'apagado' Salvio, que viu Caio Seco 'tapar' os caminhos da baliza. O guardião do Feirense voltaria a estar em destaque, pouco depois, ao sair de forma rápida e evitando que Diogo Gonçalves marcasse o primeiro golo pela equipa principal da Luz.

Nuno Manta Santos sentia que os seus jogadores poderiam sair do reduto 'encarnado' com algo mais do que uma derrota e arriscou com a entrada de Valencia para o lugar de Tiago Silva. No entanto, a alteração teve o efeito contrário e, a partir desse momento, os 'fogaceiros' tiveram mais dificuldades para entrar nos últimos 30 metros, facilitando a tarefa dos lisboetas.

De resto, mesmo aos 'repelões' e sem qualquer critério, o Benfica esteve perto de alcançar a tranquilidade a dois minutos do final, mas Filipe Augusto não conseguiu dar o melhor seguimento a uma combinação entre Diogo Gonçalves e o recém-entrado Krovinovic.